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Tipo de planta imita cheiro de formigas feridas para atrair moscas polinizadoras

Moscas-das-ervas são atraídas pelo cheiro das formigas feridas pelas aranhas, e é esse o aroma que a acácia imita.

25 de setembro de 2025 às 07:43

Um tipo de oleandro nativo do Japão é capaz de imitar o cheiro de formigas feridas para atrair moscas que se alimentam delas e, assim, polinizarem as plantas.

Este é o primeiro caso conhecido de uma planta que imita o cheiro de formigas atacadas por aranhas, revelando que o âmbito do mimetismo floral é mais diverso do que se imaginava, indicou a investigação publicada na Current Biology.

A equipa, liderada por Ko Mochizuki, da Universidade de Tóquio, examinou a Vincetoxicum nakaianum, um tipo de acácia recentemente descoberto pelos mesmos investigadores, noticiou na quarta-feira a agência Efe.

As moscas-das-ervas são atraídas pelo cheiro das formigas feridas pelas aranhas, e é esse o aroma que a acácia imita.

Mochizuki estava a trabalhar noutro projeto quando recolheu uma acácia e reparou em moscas cloropídeos a reunirem-se ao redor das flores, pelo que se perguntou se poderiam estar a imitar insetos mortos.

Assim, decidiram observar metodicamente os visitantes daquelas flores e comparar os aromas que exalavam com os de vários insetos. O mais semelhante era o das formigas a atacadas por aranhas.

No entanto, não existiam publicações sobre moscas que se alimentavam de formigas capturadas e feridas por outros animais, como aranhas.

Nas redes sociais, Mochizuki encontrou muitos naturalistas amadores a documentar aranhas a atacar formigas, o que, por sua vez, atraía moscas cleptoparasitas (organismos que roubam comida a outras).

O passo seguinte foi testar a hipótese comportamentalmente e confirmar que as moscas cloropídeos eram de facto mais atraídas pelo aroma das formigas atacadas por aranhas do que por outros odores.

O investigador quer agora aprender mais sobre o contexto evolutivo do mimetismo das formigas, comparando os sistemas de polinização, a história evolutiva e a composição genética de Vincetoxicum nakaianum e dos seus parentes próximos.

Como o estudo sugere que muitas formas de mimetismo floral podem permanecer ocultas, também planeia explorar outras espécies para descobrir mais exemplos deste comportamento.

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