Primeiro-ministro considerou ainda que, se a Europa "quer ter um futuro", precisa de mobilizar as "forças da cidadania e, sobretudo, das próximas gerações".
O primeiro-ministro, António Costa, defendeu esta sexta-feira que "a solidariedade" deve ser o fundamento da União Europeia, que a tem demonstrado nesta crise pandémica, e alertando para a necessidade de a Europa dar aos cidadãos "esperança e confiança no futuro".
O primeiro-ministro falava na cerimónia de encerramento do ano académico 2020-21 do Colégio da Europa, que teve como 'patrono' o antigo chefe de Estado e de Governo português Mário Soares, na cidade belga de Bruges, onde deixou "uma reflexão sobre o futuro da Europa".
"A pandemia tornou evidente o valor da solidariedade. Desde o início, [houve] solidariedade na partilha das vacinas para garantir o acesso de todos os europeus à vacinação, mas também [houve] solidariedade com todos os povos do mundo: a Europa é a única região democrática do mundo que nunca deixou de exportar vacinas. (...) O valor da solidariedade que a crise pôs em evidência deve ser o fundamento da nossa União", afirmou António Costa.
Num discurso que serviu de "reflexão sobre o futuro da Europa" e de balanço da atual presidência portuguesa do Conselho da UE -- que termina a 30 de junho --, o primeiro-ministro começou por referir que a visão de Mário Soares "inspirou as três prioridades principais" do semestre português.
Destacando a "urgência da recuperação socioeconómica após a crise mais vasta e mais grave que a Europa conheceu desde a Segunda Guerra Mundial", António Costa salientou que o primeiro objetivo do semestre português foi permitir "reencontrar a prosperidade através de uma recuperação centrada na dupla transição 'verde' e digital".
"Face à crise pandémica, muitos interrogaram-se sobre como é que a Europa iria reagir a um choque externo e simétrico desta magnitude, com consequências socioeconómicas enormes, estas sim claramente assimétricas. Fizemos a única escolha viável: escolhemos a união", frisou o chefe de Governo.
Qualificando a emissão de dívida conjunta e a elaboração do Fundo de Recuperação 'NextGenerationEU' de "momento fulcral" para a UE, Costa salientou ainda que se trata da "primeira vez que a Europa não respondeu a uma crise com austeridade".
Passando à segunda prioridade do semestre português, o primeiro-ministro frisou que se tratou da "promoção dos valores europeus", destacando a importância tanto da Cimeira Social do Porto, que decorreu em 07 de maio, como da adoção, nessa ocasião, do Plano de Ação do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.
"Precisamos de uma Europa capaz de produzir resultados, de honrar os seus valores e de dar aos seus cidadãos esperança e confiança no futuro: ao produzir resultados, ao responder às angústias e às expectativas legítimas dos seus cidadãos, a Europa combate o medo que alimenta os populismos. Daí a importância, durante a crise atual, da resposta comum, firme e determinada da UE", sublinhou Costa.
Reiterando assim a importância da solidariedade, o primeiro-ministro referiu que a Europa deve "assumir a sua responsabilidade de assegurar a proteção internacional de todos aqueles que são vítimas das guerras, das violações dos direitos humanos, e da perseguição política, religiosa ou fundada sobre qualquer outra discriminação".
Abordando assim a terceira prioridade do semestre português, o chefe de Governo referiu que se tratou de "reforçar a autonomia estratégica de uma Europa aberta ao mundo", salientando que a UE precisa de "diversificar as relações com parceiros de todas as latitudes", elencando nomeadamente a África, os parceiros transatlânticos -- como os Estados Unidos, a América Latina ou o Reino Unido -, mas também a região do Indo-Pacífico.
"Fizemos da cimeira com a Índia [em 08 de maio] uma prioridade e estamos orgulhosos que a nossa presidência tenha conseguido desbloquear finalmente as negociações sobre o comércio e o investimento e aberto novos projetos conjuntos sobre o espaço, tecnologia digital e o clima com a Índia", indicou.
O primeiro-ministro considerou ainda que, se a Europa "quer ter um futuro", precisa de mobilizar as "forças da cidadania e, sobretudo, das próximas gerações".
Nesse sentido, abordou ainda a Conferência sobre o Futuro da Europa para sublinhar que o evento não "deve esgotar-se nas questões institucionais", nem "recolher-se em Bruxelas".
"Se quisermos ter sucesso, não podemos ignorar as nossas diferenças, devemos abordá-las, confrontar as nossas posições com franqueza e lealdade. A Conferência sobre o Futuro da Europa é a ocasião para o fazer: assumir aquilo que queremos fazer todos juntos, e aquilo que apenas alguns querem fazer em conjunto", apontou.
O chefe de Governo concluiu referindo que, apesar do "contexto sombrio" que a Europa atravessa -- devido à pandemia, à crise socioeconómica "dramática", à instabilidade na vizinhança e à ameaça do terrorismo -- os europeus "têm o dever de acreditar no futuro".
"Mário Soares sempre foi um idealista na sua visão do futuro, e um realista na sua construção do presente. A melhor maneira de honrar um homem da sua grandeza e da sua visão, é de olhar para o futuro da Europa de frente, e com um sentimento de necessidade, de urgência, e de insatisfação", referiu.
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