O segredo da longevidade do Congresso de Medicina Popular, que começa esta quinta-feira e este ano celebra a sua 26ª edição, está relacionado com o tema do oculto e do místico, condenado pela Igreja e pela ciência, avançou o padre Fontes.<br/>
O organizador do Congresso de Medicina Popular, em Vilar de Perdizes, Montalegre, padre António Fontes, explicou à agência Lusa, recorrendo ao ditado popular "o fruto proibido é o mais apetecido", a motivação das pessoas, vindas de Norte a Sul do País, em visitar o evento.
A 26ª edição do Congresso de Medicina Popular reúne 'profissionais' do oculto, ervanários, curandeiros, exorcistas, médiuns, cartomantes e endireitas para discutir os problemas que inquietam os portugueses.
O padre Fontes, figura emblemática do Barroso conhecido também pela organização da sexta-feira 13, frisou que as ciências do oculto, o desconhecido e o "pouco falado" atraem gente.
O evento resiste há 26 anos, nos mesmos moldes, porque, segundo o pároco, aborda temas condenáveis pela religião, ciência e poder que abrem o "apetite" das pessoas.
Além disso, acrescentou, a temática da medicina popular não se esgota porque não está devidamente estudada, pelo que há sempre novidades.
Regra geral, explicou o sacerdote, as pessoas que se deslocam a Vilar de Perdizes fazem-no à procura de respostas a problemas de saúde aos quais a ciência, por vezes, não apresenta soluções.
"Não é só a ciência que cura. A religião e a ervanária também curam se as pessoas tiverem crença", realçou.
Contudo, o pároco adverte que no congresso há muita gente a "vender a banha da cobra" e a "aproveitar-se" das fragilidades das pessoas, mas a distinção entre o verdadeiro e o falso deve ser feito pelas próprias.
"Muita gente no desemprego, com problemas matrimoniais ou de saúde pensa que são invejas, pragas ou feitiçarias e procuram soluções no oculto que são erradas", disse.
Acrescentando que "o poder não está na mão de ninguém".
O padre Fontes advertiu: quem "entra" no mundo do oculto, dificilmente consegue sair.
O facto de estar um padre à frente da organização do congresso traz, segundo o mentor do evento, maior credibilidade e é um "chamariz".
Por estar envolvido na organização deste evento, muita gente acredita que o padre Fontes tem poderes.
"Sou anti-bruxo, anti-magia e anti-feitiçaria. As pessoas cultivam essa imagem de mim porque, na verdade, também me exponho a essa convicção", relembrou.
A aldeia de Trás-os-Montes, explicou o sacerdote, ganhou "muito" com o congresso. Houve a criação de restaurantes, hospedarias, padarias e gente com "pequenos negócios" de licores, chás e compotas.
Mas, considerou, a localidade poderia ganhar "bem mais", mas falta dinamismo e iniciativa à população. Hoje, na aldeia, referiu, toda a gente é curandeira de si própria, aliás "quem tem uma horta tem a medicina à porta".
O padre Fontes acredita que o congresso poderá acabar aquando da sua morte, mas terminar com o evento é como, na sua opinião, encerrar uma escola e contribuir para a desertificação da aldeia.
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