Relatório conclui que os anúncios estavam a aparecer juntamente com material pró-nazi.
Diversas empresas norte-americanas anunciaram que vão retirar publicidade da X devido ao aumento do discurso de ódio na rede social e na sequência de comentários do seu proprietário, Elon Musk, considerados antissemitas e já condenados pela Casa Branca.
Fontes oficiais da Comcast e da NBCUniversal confirmaram este sábado à agência AP que as empresas de entretenimento "pararam" a publicidade na X, depois de a IBM ter feito o mesmo, em reação a um relatório que concluiu que os seus anúncios estavam a aparecer juntamente com material pró-nazi.
"A IBM tem tolerância zero para o discurso de ódio e discriminação e suspendeu imediatamente toda a publicidade na X enquanto investigamos esta situação totalmente inaceitável", disse a empresa em comunicado.
O relatório, do grupo de defesa liberal Media Matters, refere que anúncios da Apple e da Oracle também foram colocados ao lado de material antissemita na X, antiga Twitter.
Disney, Lionsgate e Paramount Global também disseram que vão suspender ou retirar totalmente a publicidade do X.
Na sexta-feira, a Casa Branca acusou Musk de ter feito uma "promoção abjeta do ódio antissemita e racista" numa das suas publicações na sua rede social X.
O bilionário respondeu na quarta-feira ao proprietário de uma conta na rede social, que escreveu que o povo judeu encorajava o "ódio contra os brancos", com a mensagem: "Você disse exatamente a verdade".
Para a Casa Branca, a publicação apenas repete uma teoria da conspiração popular entre os nacionalistas brancos, segundo a qual os judeus têm um plano secreto para encorajar a imigração ilegal para os países ocidentais, a fim de minar a maioria branca naqueles países.
Esta teoria da conspiração foi aproveitada pelo autor do ataque a uma sinagoga na cidade norte-americana de Pittsburgh em 2018, que provocou 11 mortes.
"É inaceitável repetir a mentira hedionda que levou ao ato mais mortal de antissemitismo da história americana", argumentou Andrew Bates, porta-voz da Casa Branca, num comunicado, referindo-se a esse ataque.
Após a sua primeira resposta, Elon Musk acrescentou que a Liga Anti-Difamação (ADL, na sigla em inglês), uma associação que luta contra o antissemitismo, "ataca injustamente a maioria do Ocidente, apesar do facto de a maioria do Ocidente apoiar o povo judeu e Israel".
"Isto porque não podem, de acordo com os seus próprios princípios, criticar os grupos minoritários que representam a principal ameaça" ao povo judeu, justificou o empresário.
A ADL é uma organização não-governamental (ONG) que tem denunciado um aumento significativo da desinformação e dos insultos homofóbicos e racistas na rede social X, uma vez que as regras de moderação desta plataforma mudaram com a chegada de Elon Musk.
O dono das empresas Tesla e SpaceX já tinha atacado a ADL no início de setembro ao afirmar que o grupo era "responsável pela maior parte da perda de receitas" da rede social X.
Musk tem enfrentado acusações de tolerar mensagens antissemitas na plataforma desde que a comprou no ano passado, e o conteúdo na X ganhou maior escrutínio desde o início da guerra entre Israel e o Hamas.
A CEO da X, Linda Yaccarino, disse que o ponto de vista da X "sempre foi muito claro que a discriminação por parte de todos deve PARAR em todos os lugares".
Yaccarino foi contratada por Musk para reconstruir os laços com os anunciantes que abandonaram a plataforma após assumir o controlo, preocupados por o seu alívio das restrições de conteúdos poder permitir que o discurso de ódio e tóxico subisse de tom, prejudicando as suas marcas.
A Comissão Europeia, entretanto, disse que vai suspender a publicidade nas redes sociais devido a um "aumento alarmante de desinformação e discurso de ódio" nas plataformas ao longo das últimas semanas.
O executivo da União Europeia adiantou que está a aconselhar os seus serviços a evitarem "publicidade nesta fase nas plataformas de redes sociais onde esse conteúdo está presente", acrescentando que o congelamento não afeta as suas contas oficiais no X.
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