Saiba quais são os principais rivais que ameaçam o domínio nas redes sociais e conheça a história dos sites que ligam pessoas em todo o mundo através de um clique.
Quando falamos em redes sociais, há um gigante: o Facebook. No que toca à interação entre cibernautas, é o site criado por Mark Zuckerberg que concentra as atenções e domina este mundo, ou não contabilizasse mais de 1,3 mil milhões de utilizadores, segundo dados divulgados em agosto deste ano. Mas a sua hegemonia pode não durar muito mais tempo.
Recentemente soubemos que os adolescentes, aqueles que mais horas estão ligados à Internet, preferem cada vez menos o Facebook. As novas aplicações e sites que permitem aos utilizadores interagir entre si ganham cada vez mais força em todo o mundo, como é o caso do Snapchat ou do WhatsApp, mas também do Instagram e do Tinder, apesar de ambos funcionarem graças ao Facebook.
Da Ásia chega uma outra ameaça, esta quase silenciosa: o Qzone. Ameaça o poderio do Facebook porque reúne cerca de 650 milhões de utilizadores únicos. E é silenciosa porque, da mesma forma que o leitor provavelmente nunca ouviu falar no Qzone, muitos outros milhões de pessoas estão na mesma situação. É que esta rede social só está acessível a quem fale mandarim. Por enquanto.
Mas para projetar o que se segue, e como muitas mentes brilhantes aconselham a estudar o passado para entender o futuro, o CM conta a história das redes sociais.
Em 1994, é criado o primeiro site que corresponde a um conceito próximo das redes sociais que hoje conhecemos. O Geocities começou como um sítio onde cada utilizador podia criar a sua própria página e categorizá-la numa determinada cidade (Hollywood ou Nova Iorque, por exemplo), sendo depois aglomerada a outras que partilhassem a mesma localização.
Até 2000, ano em que acontece a ‘explosão da bolha da Net’, que pôs fim a milhares de negócios online, foram muitas as páginas que terminaram pouco tempo depois de estarem ativas. Entre estas destaca-se o TheGlobe.com, que permitia aos utilizadores personalizar uma página e mostrar conteúdo próprio com quem partilhasse os mesmos gostos. Em 1998, este site foi lançado em bolsa, com o valor de 850 milhões de dólares. Dois anos depois, pouco tempo antes da ‘bolha’ rebentar, o seu valor rondava os quatro milhões.
Nos anos seguintes, páginas como o Friendster e o Fotolog talvez sejam das primeiras onde o leitor se lembra de criar uma conta. O Friendster, cujo nome junta Friends (Amigos) e Napster - o polémico site que permitia a partilha ilegal de ficheiros -, inova, ao permitir a ligação virtual dos contactos que se conhecem no mundo 'real'. Nos primeiros três meses consegue reunir três milhões de utilizadores, o que, à data, significava que um em cada 200 utilizadores em toda a Internet estava registado neste site. Hoje, o Friendster é uma comunidade centrada no mundo dos videojogos.
Já o Fotolog funcionava maioritariamente à base da partilha de imagens tiradas ou criadas com os seus amigos e seguidores. Ao contrário do Friendster, a maioria dos utilizadores do Fotolog não era proveniente dos Estados Unidos, mas da América do Sul, com destaque para o Brasil. Ambos resistem nos dias de hoje, mas longe da importância que chegaram a ter na Web
Não demorou muito para as empresas verem que a componente social ganhava cada vez mais adeptos. Em 2003, uma empresa de marketing lança o MySpace, que, basicamente, era um clone do Friendster. No mesmo ano, o LinkedIn, a rede social virada para os contactos profissionais, chega ao público, tal como o Netlog e dezenas, ou centenas, de outros sites que pretendiam tornar-se na rede social de referência.
Quem ganhou essa corrida foi o MySpace: foi comprado, em 2005, por Rupert Murdoch por uns exorbitantes 580 milhões de dólares (que à data correspondiam a 482 milhões de euros).
Em 2003, apareceu ainda o Hi5 - talvez o site mais revolucionário para o meio social online em Portugal. Foi esta a rede predileta dos portugueses durante muitos anos e chegou até a originar discussões que se tornaram fenómenos 'tugas' no YouTube.
Mas em fevereiro de 2004 começou o início de um domínio nunca antes visto, quando chegouo TheFacebook. Já todos sabemos a história de como Zuckerberg lançou este site, que começou por se exclusivo para os estudantes de Harvard e chegou ao ponto em que estamos, por isso vamos saltar essa parte.
Em 2006 chega o Twitter, que, não sendo uma rede social, permite fazer exatamente o que uma rede social faz, mas em 140 caracteres. Foi também nesse ano que, já sem o 'The', o Facebook fica acessível a todas as pessoas em qualquer parte do mundo.
E esta dupla precisou de dois anos para destronar o reinado do MySpace da cena social, com o Facebook a ter o maior número de utilizadores únicos por mês, estatuto que nunca deixou cair para qualquer rival.
A última vez em que ouviu falar do MySpace terá sido em 2011, quando um grupo de empresários, onde se inclui Justin Timberlake, pagou 35 milhões de dólares pela página moribunda. Hoje, o MySpace está cada vez mais virado para a componente musical, com 36 milhões de utilizadores únicos, em 2013.
O Hi5 já não é a rede social de eleição em Portugal nem em qualquer outro lado. Deixou cair a componente social e virou-se para a vertente das aplicações e jogos online. Segundo o site de dados online Alexa, atualmente, a maior parte do tráfego do Hi5 é proveniente da Índia.
E não nos esqueçamos do Orkut. Apesar de nunca ter conseguido ter uma comunidade tão grande em Portugal como teve o Hi5, era um gigante no Brasil. No seu auge, esta rede social chegou a ter mais de 100 milhões de utilizadores ativos, dos quais cerca de 53% eram do Brasil. Em setembro deste ano, a Google encerrou o site
O Facebook... bem, o Facebook é o gigante tecnológico que ainda ninguém conseguiu superar, pelo menos no que diz respeito às redes sociais. E até o Google, que é o suprassumo da Internet, o tentou fazer, sem sucesso, apesar do que os números possam mostrar. As estatísticas mostram que o Google+ tem cerca de mil milhões de contas, sendo este um valor inflacionado graças às contas de YouTube e Gmail, que, quando criadas, são também geradas automaticamente com um perfil do Google+. E mesmo assim esse fica aquém do número de utilizadores divulgado pelo Facebook em agosto de 2014: uns impressionantes 1,3 mil milhões de utilizadores.
Posto isto, uma coisa é certa: a hegemonia do Facebook é real mas não é segura. A eventual abertura do Qzone a utilizadores de outras línguas que não o mandarim pode originar um novo paradigma no mundo das redes sociais. Mas as novidades que os sites mais recentes proporcionam podem vir a tirar parte do tráfego ao Facebook.
No entanto, como quase tudo na Internet, é impossível dizer quando poderá surgir a nova moda que consiga voltar a conquistar o mundo.
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