80% dos trabalhadores da Trust in News aderem à greve e prometem continuar a luta
Paralisação: jornalistas da Trust in News têm salários e subsídios em atraso.
Os trabalhadores da Trust in News (TiN) – que iniciaram, na sexta-feira, uma greve “por tempo indeterminado” por causa de salários e subsídios em atraso –, vão manter a paralisação, informou na segunda-feira o Sindicato dos Jornalistas. Em comunicado, a estrutura garante que a adesão à greve ronda os 80% entre jornalistas, gráficos e fotógrafos nas redações de títulos como Visão, Caras, Exame, Ativa ou Jornal de Letras” e que, “a administração da TiN insiste em não apresentar respostas”.
“Aproximando-se a data de pagar as remunerações de junho, a empresa ainda só processou um quarto dos ordenados de maio”, lê-se no documento enviado às redações. ATiN, que foi declarada insolvente no ano passado, viu aprovado um plano de insolvência que prevê a injeção de capital por parte do seu acionista único, Luís Delgado – algo que ainda não terá acontecido.
O antigo jornalista, que em 2018 comprou mais de uma dezena de títulos à Impresa de Pinto Balsemão, fundou a TiN como empresa unipessoal, com um capital social de 10 mil euros. Mas segundo o jornal digital Página Um, Delgado “distribuiu para si e para os outros dois gerentes da TiN, salários de luxo”: ganhava 12 mil euros brutos por mês, com Cláudia Serra Campos a auferir 11 mil e Luís Filipe Passadouro 10 mil.
De acordo com a mesma fonte, só no ano de 2019, “a tripla gerência chegou a custar 462 mil euros à empresa”.
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