Cobertura televisiva das legislativas alterou-se após incidente de saúde de Ventura, conclui ERC
Análise indica que "o incidente de saúde do líder do Chega traduziu-se, na televisão, num aumento do número de peças dedicadas a esta candidatura, com efeitos na presença das restantes".
A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) concluiu, após análise, que houve uma "alteração na cobertura eleitoral televisiva" das legislativas de 18 de maio, após o incidente de saúde do líder do Chega, André Ventura.
A ERC, que divulgou esta quinta-feira relatórios da cobertura televisiva e das rádios das eleições, diz que se observou "uma alteração na cobertura eleitoral televisiva a partir de 13 de maio, a quatro dias do final da campanha, associada ao incidente de saúde que envolveu o líder do Chega", o que "explica também os resultados quanto aos temas mais destacados".
Entre estes temas, disse a ERC, sobressaem o "desempenho dos partidos e seus candidatos", tendo adquirido importância o tema "saúde dos candidatos", destacou.
De acordo com a ERC, "o incidente de saúde do líder do Chega traduziu-se, na televisão, num aumento do número de peças dedicadas a esta candidatura, com efeitos na presença das restantes".
No entanto, indicou, os impactos variaram nos diferentes serviços de programas, sendo particularmente visíveis nas coberturas realizadas pela CNN, CMTV e News Now.
Segundo a mesma análise, levada a cabo pela ERC, "os resultados globais indicam que quatro candidaturas com representação parlamentar -- AD, o PS, o Chega e a Iniciativa Liberal -- se destacaram em número de presenças nos blocos informativos analisados", sendo que as restantes candidaturas com representação parlamentar, ou seja, BE, CDU, Livre e PAN, registaram "uma menor proeminência".
A ERC encontrou também "diferentes abordagens jornalísticas às candidaturas sem representação parlamentar, ainda que estas tenham registado sempre uma presença residual nos programas monitorizados da rádio e da televisão"
Os protagonistas da maioria das peças noticiosas analisadas foram os líderes partidários, de acordo com o regulador.
Segundo a ERC, durante o período da campanha eleitoral, "todos os serviços de programas de rádio e de televisão cumpriram a suspensão da participação de candidatos em espaços e/ou programas de comentário".
O regulador disse que os relatórios esta quinta-feira divulgados se basearam na análise dos noticiários de horário nobre da RTP1, RTP2, RTP3, SIC, SIC Notícias, TVI, CNN Portugal, CMTV, News Now e Porto Canal, bem como dos noticiários da manhã, às 08:00 e às 9:00, e diários de campanha da Antena 1, Rádio Observador, Rádio Renascença e TSF, emitidos entre 04 e 16 de maio.
A análise da ERC considerou ainda "a participação das candidaturas nos espaços de entrevista e de debate durante todo o período eleitoral, incluindo a pré-campanha (de 20 de março a 16 de maio)".
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