ERC ouve diretores de informação da RTP

Entidade Reguladora ouviu os exonerados e os novos nomeados para emitir o seu parecer sobre as alterações.

03 de julho de 2025 às 01:30
António José Teixeira Foto: DR
Helesa Sousa, presidente da ERC Foto: DR
Elementos da ERC Foto: DR
Vítor Gonçalves Foto: Direitos Reservados
Nuno Galopim Foto: Pedro Catarino

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A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) ouviu ontem os exonerados e os nomeados para os cargos de direção de Informação da televisão e rádios públicas. O objetivo das audições é a elaboração de um parecer prévio e vinculativo sobre as nomeações e destituições.

À saída da sessão, António José Teixeira, que foi destituído do cargo de diretor de Informação, não quis prestar declarações ao CM – tal como o seu sucessor, Vítor Gonçalves, que remeteu declarações para quando “for mesmo nomeado” - mas revelou algum mal-estar com a sua exoneração num artigo publicado ontem no ‘Público’, no qual considerou “falsa” a ideia de que a RTP3 “se esteja a afundar” e garantiu desconhecer a razão pela qual “se quis interromper o processo de transformação na televisão até aqui desenvolvido”.

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“É falso. E não é uma questão de opinião. É factual. No presente trimestre está acima do período homólogo de 2024. Em 2024, teve o mesmo share de 2023. Em 2024, os nossos concorrentes diretos perderam audiência, ao contrário da RTP3. Em resumo, nestes últimos três anos não houve quebra de audiência na RTP3. O ‘rating’ de 2024 até foi superior ao de 2023”, referiu.

Contudo, os dados da GfK, empresa de mede as audiências televisivas em Portugal, mostram precisamente o contrário. A partir de outubro de 2024 o canal NOW, que arrancou as emissões em junho, ultrapassou a RTP 3, mostrando um crescimento sólido. Este ano, o NOW regista um share médio de 1,3%, enquanto a RTP3 tem apenas 0,8%.

Há dez trimestres que a RTP3 não vai além de 1,1% de share. No segundo trimestre do ano, todos os canais de informação cresceram, sendo que a RTP3 foi a que teve menor share: a CMTV liderou com 6,2% (mais 0,2 pontos percentuais); a CNN registou 2,7% (mais 0,3 p.p.), melhor quota dos seis últimos trimestres; a SIC Notícias teve 2,4% (mais 0,5 p.p.), a maior quota desde o primeiro trimestre de 2022 (14 trimestres); o NOW obteve 1,5% (mais 0,3 p.p.), o melhor resultado de sempre, que supera em 0,4 p.p. a RTP3; e esta teve apenas 1,1% (mais 0,1 p.p.), desde o primeiro trimestre de 2023 que varia entre 1% e 1,1% de share.

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De todos os outros responsáveis ouvidos ontem pela ERC - Nuno Galopim (destituído do cargo de diretor da Antena 1, RDP Internacional e RDP África); Teresa Ferreira Paixão (que sai da direção da RTP 2); José Fragoso (acumula a direção da RTP África); Gonçalo Madaíl (nomeado para dirigir a RTP2) e João Manuel Almeida (que deixa a Antena 2) - apenas Nuno Reis Silva, agora nomeado diretor de todos os serviços de rádio da RTP, aceitou prestar declarações à margem da sessão. “Encarei a nomeação com alguma surpresa. E com muita vontade de pegar no trabalho, de fazer coisas diferentes e dar continuidade a outras, sabendo que vamos ter de trabalhar uma estrutura diferente e novas formas de organizar as equipas”, afirmou.

O CM apurou que, para a nova direção de Informação da RTP, que será liderada por Vítor Gonçalves, estão em cima da mesa nomes como Sandra Sá Couto (para diretora-adjunta diários, que virá do Porto para Lisboa), Márcia Rodrigues (para diretora-adjunta não diários), Florbela Godinho (diretora-adjunta RTP3), Luísa Bastos (mantém-se como sub-diretora,) e?José Véstia (subdiretor técnico).

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