Eurovisão: edição mais politizada e colorida de sempre

Esteve por um triz: a vitória de Israel parecia iminente – dado que a canção ‘New Day Will Rise’, interpretada por Yuval Raphael, reunia a preferência do público –, mas não. No último instante, a Áustria viu o seu número de votos subir e acabou por vencer a Eurovisão 2025 com 436 pontos – algo que lhe tinha acontecido duas vezes antes: a primeira em 1966; a última em 2014.

O cantor JJ – um austríaco de origem filipina conhecido por ter concorrido ao ‘The Voice UK’ – explica que a canção que tanto agradou ao júri, ‘Wasted Love’, “é bastante triste”, mas que nos instiga a ter esperança. “Há sempre uma luz ao fundo do túnel. Quando atravessamos um período mau, sabemos que não será o fim do mundo”, afirmou ao Euronews.

Na edição mais politizada de sempre – com 70 antigos concorrentes a pedirem a expulsão de Israel por causa da guerra em Gaza – esta foi, também, a edição em que mais se cantou na língua original dos países: em palco ouviram-se 20 línguas diferentes (o número mais alto desde 1998). A canção de Malta esteve no centro de outra polémica: o tema chamava-se ‘Kant’ e a letra teve de ser mudada porque a pronúncia desta palavra soa a uma asneira na língua inglesa.

O resto foi fogo de artifício: muita cor, muito ambiente de festa, muitos efeitos especiais e um grande investimento em figurinos e adereços marcaram uma edição em que Portugal conseguiu o 21.º (com 50 pontos para os NAPA e o seu ‘Deslocado’). A Suíça e o Reino Unido foram completamente ignorados pelo público: receberam zero pontos dos espectadores – o que, no caso deste último país, acontece pela segunda vez consecutiva. No fundo da lista ficou o Azerbeijão, que só reuniu sete votos, seguido do Montenegro, com 12 e da Bélgica e da Estónia, que empataram, com 23 pontos cada um.