Saída da RTP magoa Alberto da Ponte

Correio da Manhã – Quando sai oficialmente da RTP?

Alberto da Ponte – Suponho que quarta ou quinta-feira.

– Que balanço faz do seu mandato?

– Muito positivo, até melhor do que nos próprios poderíamos esperar.

– As contas de 2014 fecham com lucro?

– Só estarão prontas para a semana…

– Mas com lucro?

– Sim, na ordem dos 37 milhões.

– A RTP é hoje sustentável?

– Se a estratégia se mantiver posso dizer que será, senão não sei. Admito que haja estratégias melhores do que a que aplicámos.

– O que acha de Gonçalo Reis?

– Não o conheço, nunca estive com ele. Para a semana vamo-nos encontrar para poder fazer a passagem de pasta.

– Mas Nuno Artur Silva conhece?

– Vagamente. Estive com ele uma ou duas vezes. Não o conheço suficientemente bem para me pronunciar sobre ele.

– Concorda que um fornecedor que durante anos vendeu milhões a uma empresa depois passe a comprar produtos em nome dessa empresa?

– Isso acontece muitas vezes em outras indústrias… Se me pergunta se é totalmente desejável? Não, não é. Mas pode acontecer. E aconteceu.

– Foi a Liga dos Campeões que levou à destituição?

– Quero acreditar que não.

– O CGI também reprovou o seu Projeto Estratégico…

– O CGI tem uma opinião diferente sobre o que deve ser o serviço público, pelo menos na dimensão fundamental: põe a qualidade acima das audiências, quando nós achamos que as duas coisas têm de ser prosseguidas em conjunto.

– Ficou magoado por não ter acabado o seu mandato?

– Evidentemente que fiquei magoado. São coisas que acontecem, aconteceram de uma forma turbulenta e deselegante.

– E qual é a sua opinião sobre António Feijó?

– Foi uma pessoa deselegante na maneira como sempre se referiu à RTP e à própria administração.

– Calculo que não vai integrar o seu círculo de amigos ?

– Não era pessoa que convidaria para jantar, certamente.