Luís Marinho sai da RTP com valor milionário

A saída de Luís Marinho da RTP foi tudo menos pacífica - com o ex-administrador a deixar críticas à liderança da empresa - e gerou uma onda de revolta junto dos trabalhadores. Em causa a afirmação de Marinho, em carta enviada aos funcionários, de que recebeu "condições extraordinárias" para chegar a um acordo para a sua saída, após 15 anos.

Ao que o CM apurou, a empresa terá pago uma indemnização superior a 150 mil euros ao ex-administrador (que era um dos funcionários mais bem pagos da empresa), um valor extraordinário uma vez que o tecto máximo de indemnizações do Plano de Apoio a Saídas Voluntárias que terminou em 2014, e cujas regras continuam a ser aplicadas para novas saídas, era, precisamente, de 150 mil euros. Os critérios definem a atribuição de 1,35 salários por ano de casa.

Em comunicado, a Comissão de Trabalhadores da RTP veio ontem exigir explicações da administração e questionou "por que têm acesso a ‘condições extraordinárias’ trabalhadores com cargos hierárquicos, regra geral com poucos anos de empresa, e quem dedicou 40 anos ao serviço público leva para casa valores inflexíveis ou negociados sempre para baixo".

Contactada pelo CM, a administração da RTP optou por manter o silêncio. Luís Marinho não atendeu chamadas nem respondeu a mensagens. O CM sabe ainda que vários ex-diretores do período em que Luís Marinho foi administrador fizeram questão de se reunir 4ª feira na empresa para um encontro de despedida de Marinho.