Mundial de Atletismo só no cabo gera onda de críticas
RTP diz que não comprou evento devido aos valores “incomportáveis” pedidos pela IAAF.
Primeiro foi Jorge Vieira, presidente da Federação Portuguesa de Atletismo, a manifestar indignação. "Foi humilhante sentirmos a ausência da RTP nestes mundiais". Depois foi o Comité Olímpico de Portugal (COP), que exigiu esclarecimentos e consequências pelo facto de nenhum canal em sinal aberto ter emitido a prova (o mundial foi transmitido pela Eurosport), onde Inês Henriques se sagrou campeã do mundo (50 quilómetros marcha) e Nélson Évora conquistou o bronze (triplo salto).
Em comunicado, o COP salienta os deveres inerentes ao serviço público e sublinha que na lista dos eventos que devem ser qualificados de interesse generalizado do público consta a "participações de atletas portugueses ou seleções nacionais nas fases finais dos Campeonatos do Mundo e da Europa das diversas modalidades".
Esse despacho, publicado a 19 de outubro de 2016, é assinado pelo Ministro da Cultura, Luís Castro Mendes. Contudo, até ao fecho desta edição, o seu gabinete não respondeu às questões do CM
Contactada, a RTP esclarece que "as ambições financeiras da Federação Internacional de Atletismo (IAAF), no que diz respeito aos direitos de transmissão televisiva dos Mundiais de Atletismo, tornaram-se incomportáveis" para a empresa pública. Contudo, não revelou qual o montante em questão. Recorde-se que só por três temporadas da Liga dos Campeões o canal pagou 17,8 milhões de euros.
A RTP diz ainda que só este ano vai "dedicar às chamadas modalidades amadoras mais de 400 horas de emissão".
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