Negócios com edifício sede da Impresa rendem 22 milhões de euros
Dona da SIC adquiriu imóvel em 2022, depois de o ter vendido ao Novo Banco em 2018 por um valor superior.
A venda do edifício sede da Impresa, em Paço de Arcos, está a gerar polémica. Esta é a segunda vez que a dona da SIC aliena o imóvel - a primeira em 2018 e a segunda agora -, conseguindo assim um lucro que ronda os 22 milhões de euros.
Em maio, o Ministério Público arquivou uma denúncia anónima que tentou que fosse aberta uma investigação judicial à relação entre o grupo de media e o Novo Banco. Contudo, o procurador considerou que as suspeitas não tinham fundamento. A denúncia, de acordo com o despacho de arquivamento, referia a existência de “tráfico de influências e perda de milhões para o Novo Banco” na compra e posterior venda do edifício da Impresa, em Oeiras.
Analisada a documentação, o procurador do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) concluiu que tudo decorreu dentro da normalidade, já que, aquando a venda, a Impresa detinha uma opção de compra, a qual foi exercida. O preço, no fundo, foi calculado por 19 milhões de euros, mais as rendas já pagas.
Em 2018, em dificuldades financeiras, o grupo Impresa vendeu o edifico sede ao Novo Banco por 24,2 milhões, comprando-o quatro anos depois por 19,6 milhões. Durante este período, o grupo pagou uma renda mensal pelo aluguer do espaço. Com este primeiro negócio, a empresa liderada por Francisco Pinto Balsemão lucrou 4,6 milhões de euros. Agora, prepara-se para vender novamente o edifício, desta vez a um fundo imobiliário do BPI, e voltar a arrendar o espaço, num negócio de 37 milhões de euros, divididos em duas tranches: a primeira de 25 milhões, a ser paga no momento de aquisição do imóvel, e a segunda de 12 milhões, paga 48 meses após a data da venda. Com esta transação, a dona da SIC terá um lucro de 17,4 milhões de euros, num total de 22 milhões com as duas vendas.
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