O regresso do super-herói

Por todos os motivos: pelo suspense, pelas teorias da conspiração, pelo amor impossível e, sobretudo, por causa do que nos diz sobre a sensação de insegurança que reina nos EUA após o 11 de Setembro. ‘Redemption’ – o filme que faz a transição entre a sexta (uma das mais fracas séries de episódios) e a sétima temporada de ‘24’ (e que foi emitido em Portugal com uma rapidez surpreendente, poucas semanas depois de ter sido exibido nos EUA) – serve para mostrar que o mundo de Jack Bauer não mudou. Está lá tudo: as conspirações, os políticos corruptos, as milícias, os assassinatos. Bauer é o representante de uma América patriota e indomável, que não cede à tortura, mas que tudo esquece para servir o país. Foi esta tensão, quase de super--herói (o único que pode salvar os EUA), que foi a grande força de ‘24’, mesmo nos momentos em que a série entrava em labirintos pouco plausíveis.

Jack Bauer é um missionário que se sacrifica por aquilo que acredita serem os valores supremos dos EUA. No fundo, a liberdade. Mas, claro, essa defesa é feita de formas tão torpes (como a tortura), que às vezes temos medo de Bauer. E se ele não é o outro lado da mesma moeda que simboliza o mal. Seja como for, ‘Redemption’ aguça o apetite para a sétima temporada, que vai começar nos EUA a 11 de Janeiro. Aqui Bauer está em África, num país ficcionado (Sangala), onde um velho amigo do tempo das forças especiais, Carl, dirige um orfanato. Um grupo rebelde planeia assaltar a capital do país, começa por criar um exército de jovens, raptando-os do orfanato. É aí que Jack entra em jogo, como seria de esperar. Diversos personagens da sétima temporada foram apresentados, desde a Presidente, Allison Taylor, ou o misterioso Jonas Taylor. Entre Sangala e Los Angeles, Jack regressou em força. A questão das crianças fica resolvida, mas restam dúvidas sobre o futuro, onde reaparecerá o agente Tony Almeida (que julgávamos morto), como vilão. As cenas da próxima ameaça global regressam no próximo ano.