RTP, SIC e TVI forçam audiências à parte do cabo
Com resultados em queda, generalistas anunciam acordo à revelia dos outros canais.
Seis anos depois, a polémica volta a instalar-se na medição de audiências. A dois meses do fim do contrato entre a Comissão de Análise de Estudos de Meios (CAEM) e GfK, RTP, SIC e TVI - cujos resultados têm vindo a sofrer uma acentuada queda nos últimos tempos - decidiram avançar sozinhas para um novo acordo de forma a garantir o serviço por mais 12 meses.
Ao CM, António Salvador, presidente da GfK, revela ter feito uma proposta final em junho à CAEM, presidida por Luís Cunha Velho, da Media Capital, dona da TVI, e lamenta não ter tido até agora qualquer resposta: "Vamos acreditar que as negociações vão chegar a bom porto para continuarmos a trabalhar juntos."
E apesar do acordo dos três canais com a GfK, para garantir a prestação do serviço de medição de audiências a partir de 1 de janeiro de 2019, António Salvador afasta a hipótese da medição ficar limitada à RTP, SIC e TVI. "Seria impensável. Hoje, temos 150 canais e este número, mais coisa menos coisa, irá manter-se."
Em comunicado, os operadores mostram-se "disponíveis para incluir no referido acordo outros representantes do setor".
Entretanto, será aberto um concurso internacional para a celebração de um contrato de audimetria mais alargado, a que a Gfk anuncia que vai concorrer.
PORMENORES
CAEM
Desde 2011, altura em que a GfK emergiu como vencedora, o contrato com o prestador de medição de audiências televisivas era com a CAEM, um organismo tripartido com representantes das estações, das plataformas de distribuição de televisão paga e das agências de meios.
Dois milhões
O último contrato celebrado entre CAEM e GfK, em 2012, custou cerca de dois milhões de euros. A maior fatia deste montante foi assegurada pelas três estações generalistas, em sinal aberto: RTP, SIC e TVI.
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