RTP pode vender direitos de futebol

Foi o futebol que ditou o fim da administração de Alberto da Ponte na RTP e é ele que pode determinar o sucesso da gestão de Gonçalo Reis, futuro presidente do grupo de media público.

António Feijó, presidente do Conselho Geral Independente (CGI) da RTP, admitiu que o novo conselho de administração (CA) "pode negociar com privados a cessação parcial de direitos" dos jogos da UEFA. Isto, é claro, após autorização prévia da UEFA, conforme o contrato assinado com a RTP.

Este responsável admite que "há sensibilidades diferentes no CGI" sobre esta matéria, mas considera que "o futebol pode e é considerado interesse público".

Quanto à polémica que levou ao afastamento da administração cessante, Feijó reafirma que o conselho de administração da RTP "devia ter informado o CGI sobre a compra dos direitos" e sublinha que "não tem liberdade editorial".

Sobre a qualidade da programação, este responsável diz que "não tem de ser elitista e admite que possa haver "quebras de audiências, num modelo de serviço público".

Quanto ao interesse de passar a RTP Memória e Informação para o sinal aberto, a decisão, sublinhou, "prende-se com questões financeiras", mas cabe ao CA analisar e decidir.

Sobre Gonçalo Reis e Nuno Artur Silva, Feijó voltou a frisar que a "escolha não teve considerações políticas".