Uso de pornografia para IA põe Meta na justiça
QUEIXA Pelo menos duas produtoras de conteúdos para adultos deram entrada com processos contra a gigante tecnológica.
A Meta está a braços com um novo processo judicial, desta vez por causa de pornografia. Pelo menos duas produtoras de conteúdos para adultos, Strike 3 Holdings e Counterlife Media, apresentaram queixa nos tribunais contra a dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, entre outras redes sociais, por uso ilegalde 2369 dos seus vídeos para adultos, protegidos por direitos autorais. A empresa de Mark Zuckerberg terá usado o material para treinar modelos de Inteligência Artificial (IA).
O processo menciona que a empresa usou especificamente esses vídeos para treinar internamente uma versão ‘adulta’ do seu modelo de geração de vídeo chamada Movie Gen - que não foi divulgada publicamente —, o que contraria a política da Meta que proíbe a criação de conteúdo porno. Além da questão da conformidade, se as alegações forem verdadeiras, poderão somar-se ao processo implicações sérias em relação a direitos autorais e uso indevido de dados para desenvolvimento de IA.
A gigante tecnológica já veio a público defender-se e a justificação apresentada por um porta-voz da empresa é, no mínimo, bizarra: alega que os downloads começaram em 2018 (antes da fase de geração de vídeo, que diz ter começado em 2022), e que se trataria de eventuais usos pessoais, já que muitos dos seus funcionários acediam à Internet através dos servidores da empresa. De acordo com os documentos apresentados, a Meta afirma ainda que não há evidências de que os vídeos foram incorporados a nenhum sistema de treino de inteligência artificial.
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