Dívida de 1,4 milhões à banca e de 500 mil euros aos espanhóis da Veralia.
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A série da RTP ‘Ministério do Tempo’ deixou uma dívida de quase dois milhões de euros à sua produtora, a Just Up. A história real deste projeto de ficção começa em 2016, com outra empresa, a Iniziomedia, que acordou com os espanhóis da Veralia adaptar esta série de sucesso em Portugal.
Depois de vários problemas financeiros da Iniziomedia, a 15 de dezembro de 2016 a Veralia, a RTP e a Just Up assinam outro contrato. Esta última, recém–criada, garante a produção de mais 18 episódios da série (cinco para concluir a primeira temporada e os restantes 13 da segunda).
A dívida da Iniziomedia é transmitida à Just Up, mas é paga pela Veralia. As duas empresas assinam uma ‘Declaração Unilateral de Divida’ a 16 de fevereiro de 2017. Dos 607 mil euros adiantados pelos espanhóis, ficam por pagar cerca de 499 mil. Um valor que deveria ter sido saldado até ao final de novembro, o que nunca aconteceu.
Contudo, e mesmo antes da Veralia adiantar o dinheiro para o pagamento desta dívida, em janeiro de 2017, a Just Up fez um contrato de factoring (ver pormenores) com o BIC de 922 500 euros (referentes a 10 dos 18 episódios do contrato com a RTP), tendo este banco depositado na conta da produtora 800 mil euros (valor sem IVA). Deste valor, metade foi devolvido, já que a Just Up entregou cinco episódios à RTP (contrato estava indexado a estes pagamentos).
Quatro meses depois, em abril, e usando os restantes oito episódios, foi feito outro factoring, desta vez com o BCP, de 738 mil euros, dos quais 550 mil foram depositados na conta da Just Up. Este contrato está por liquidar e, segundo Luís Valente, administrador único da produtora, a dívida a este banco ronda um milhão de euros.
Contas feitas, e incluindo outras dívidas (ver caixas), o ‘buraco’ é de dois milhões de euros.
Contactados pelo CM, BIC e BCP não fizeram comentários. Já Luís Valente assume as dívidas. E, questionado pelo CM se a RTP poderá ter de pagar alguns destes débitos, diz que a empresa pública "poderá ser chamada a assumir a dívida referente ao montante do BIC".
Posição diferente tem a RTP que garante que "não há qualquer fiança ou garantia por parte da RTP nos contratos referidos sobre a série ‘Ministério do Tempo’".
Produtora impedida de entrar na fundição
Produtora impedida de entrar na fundiçãoA Fundição de Oeiras, onde a Just Up gravou a série ‘Ministério do Tempo’ e onde tem guardado num armazém material avaliado em dezenas de milhares de euros, além das gravações já concluídas de episódios ainda por terminar, vedou o acesso da produtora ao local, "por falta de pagamento", confirma Luís Valente ao CM.
A Just Up deve cerca de 12 meses à Fundição, num valor que, sabe o CM, estará próximo dos 60 mil euros.
PORMENORES
Dificuldades iniciais
Desde o arranque de ‘Ministério do Tempo’ que existiram dificuldades financeiras. Já sob a gestão da Just Up, os atrasos no pagamento dos salários levaram à paragem da produção por várias vezes. No final de junho, após dois meses sem receber, o elenco denunciou a situação.
75 mil euros por episódio
O contrato da RTP com a Just Up tinha um valor total de 1,35 milhões de euros (1,66 milhões com IVA), o que significa 75 mil euros por episódio (92 mil com o acréscimo do imposto).
Episódios quase acabados
A Just Up tem cerca "de 80 a 85% dos episódios já gravados" e só não os conclui, diz Luís Valente, porque "devido aos egos e outras questões os profissionais na área se têm recusado".
O que é o factoring
O factoring é um mecanismo financeiro no qual os bancos, mediante um contrato já assinado, adiantam uma receita. Neste caso, a RTP só pagava mediante a entrega dos episódios.
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