A Trust in News comunicou na sexta-feira o despedimento coletivo dos 80 trabalhadores do grupo, dando seguimento à decisão judicial.
Onze trabalhadores da Visão, incluindo o diretor, pediram ao tribunal para convocar uma nova assembleia de credores da Trust in News (TiN) com dois pontos, entre os quais que a revista continue em funções até à sua venda.
De acordo com o requerimento, a que Lusa teve hoje acesso, o grupo de jornalistas considera que, segundo a avaliação que fazem, "justifica que o tribunal possa, e deva, convocar uma nova assembleia de credores", tendo em vista dois pontos.
O primeiro é a "possibilidade de o plano de insolvência ser homologado, dele se excluindo a cláusula" que o tribunal "considerou ilegal".
Em alternativa, "mesmo que essa possibilidade não seja viável, a autorização para que, até à venda do título da Visão, a revista se possa manter em funções, sob a égide do administrador de insolvência, considerando o plano que nesta data lhe foi entregue para apreciação, com as demais condições que venham a ser aprovadas nessa assembleia de credores", lê-se no documento.
Os requerentes salientam que, caso a decisão do chumbo do plano de recuperação se mantenha, tal "determinará o encerramento de vários órgãos de comunicação social, com presença histórica no país, entre eles, a revista Visão e o Jornal de Letras; serão extintos postos de trabalho; deixarão de ser publicados os jornais e revistas pertencentes à Insolvente; e corre-se o risco de se inviabilizar qualquer projeto futuro que envolva tais títulos".
Mais tarde, "talvez daqui a alguns anos, algum desses títulos, entretanto adquirido, possa vir a ser utilizado; mas, mesmo que isso venha a acontecer, o seu legado histórico já não sobreviverá", prosseguem, apontando que "alguns desses títulos mantêm projetos sustentáveis, que podem sobreviver, porque têm receitas suficientes para singrarem com uma estrutura de custos reconfigurada".
Além disso, "é do interesse dos credores que a venda dos títulos se faça com a melhor contrapartida financeira possível".
Nesse sentido, "é completamente diferente vender títulos de jornais que já não estão nas bancas, do que vendê-los tendo por suporte uma publicação que mantenha atividade, espaço e prestígio junto do público", advertem.
No caso da revista Visão, sublinha, "o seu cenário atual permite identificar proveitos na casa dos 170.000 euros, com custos na ordem dos 223.000 euros, os quais, porém, poderão ser imediatamente (ou quase imediatamente -- num futuro relativamente curto) reduzidos a um nível que permita rentabilidade positiva, tudo nos termos de um plano que nesta data se dá conhecimento ao administrador da insolvência para a devida apreciação pelo mesmo".
Acrescentam ainda que "há jornalistas interessados em dar corpo a esse projeto, mantendo a revista Visão nas bancas, a qual se mantém como um projeto credível e prestigiado".
A "manutenção da atividade" deste título e de certamente outras públicações da TiN "é do interesse dos credores (basta verificar a posição assumida também pelos dois maiores credores da insolvente através da posição manifestada pelos próprios" e "é uma exigência do respeito pelo que historicamente a revista Visão (e outras) significam na imprensa portuguesa", reforçam.
Em 18 de julho, o tribunal decidiu não homologar o plano de recuperação da dona da Visão, entre outros títulos, e determinou a apreensão e liquidação do ativo, bem como o encerramento da atividade.
A Trust in News comunicou na sexta-feira o despedimento coletivo dos 80 trabalhadores do grupo, dando seguimento à decisão judicial.
O acionista único da TiN, Luís Delgado, disse que iria recorrer da decisão de não homologação.
"Se possível, vamos recorrer da decisão da não homologação do plano de insolvência que foi aprovado por 77% dos credores", afirmou à Lusa, em 18 de julho, o gestor.
Fundada em 2017, a Trust in News é detentora de 16 órgãos de comunicação social, em papel e plataformas digitais, como a Exame, Caras, Courrier Internacional, Jornal de Letras, Activa, Telenovelas, TV Mais, entre outros.
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