Mercado de distribuição dos títulos está exclusivamente a cargo da Vasp, que para a presidente da API "tem de ter rotas que não podem dar prejuízo".
A presidente da Associação Portuguesa de Imprensa (APImprensa), Cláudia Maia, alerta que a Vasp, responsável pela distribuição de jornais, tem de ter rotas que não podem dar prejuízo, incentivando ao aumento da concorrência.
A administração da Vasp - Distribuição e Logística, S.A. informou no dia 04 deste mês que estava a avaliar a necessidade de fazer ajustamentos na distribuição diária de jornais nos distritos de Beja, Évora, Portalegre, Castelo Banco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança.
Neste sentido, Cláudia Maia, em entrevista à Lusa, começa por dizer que "se a medida for para frente pode afetar os jornais diários, mas não significa que pare totalmente a distribuição".
Caso a decisão da distribuidora avance "é muito grave, porque se um jornal diário não chega todos os dias, o leitor acaba por perder interesse na subscrição e não tem informação atualizada".
O mercado de distribuição dos títulos está exclusivamente a cargo da Vasp, que para a presidente da API "tem de ter rotas que não podem dar prejuízo".
No Dia Nacional da Imprensa, 18 de dezembro, a Vasp assinalou ter uma responsabilidade acrescida enquanto única distribuidora nacional em Portugal, "não por ser uma empresa monopolista, mas sim por ser, de facto, a única empresa sobrevivente do setor".
Desta forma, a presidente da APImprensa afirma compreender "que estejam a fazer esta pressão junto do Governo, até porque apoiar a distribuição de jornais e revistas nas zonas de baixa densidade populacional era uma das medidas do Plano de Ação para a Comunicação Social, apresentado em outubro de 2024".
"Mas mais de um ano depois não aconteceu nada", sublinha a presidente.
Ainda assim, Cláudia Maia refere que "no ano passado o Governo disse que iria lançar um concurso público internacional para garantir esta distribuição, para ver se havia outros interessados em fazer parte do mercado da distribuição, mas nada se sabe sobre este concurso".
Além disso, a presidente da APImprensa critica os problemas na distribuição porta-a-porta, pois os CTT, responsáveis por levar a subscrição à casa dos leitores, "desde 2016 que não cumprem os critérios de qualidade que lhes são exigidos para a distribuição de jornais".
"Um jornal diário tem de ser entregue no dia a seguir na casa das pessoas e isso não é cumprido, estes escalões de cumprimento que os CTT têm, sistematicamente, são falhados", afirma.
A responsável refere estes atrasos influenciam, por exemplo, a publicidade, porque para um anunciante não interessa que o anúncio chegue aos leitores três ou quatro dias depois: "Já não tem o efeito desejado, por isso, deixam de anunciar", argumenta.
Tendo em conta este panorama, a presidente da APImprensa salienta que existem jornais que encontraram soluções alternativas, nomeadamente a distribuição própria, contudo "isto não é uma solução nas zonas de baixa densidade populacional".
"Por exemplo, o Jornal do Fundão distribuiu para todo o país, não é localizado, por isso não vejo como a distribuição própria seria exequível", confessa Cláudia Maia.
Desta forma, a APImprensa apelou ao Governo para que cumpra o que prometeu: "Lançar um concurso público para que haja concorrência e o cliente saia beneficiado".
Cláudia Maia reflete que o fim da distribuição tem consequências óbvias, uma vez que "nega um direito que está na Constituição, o direito da informação às populações das zonas de baixa densidade populacional".
"Em causa está a coesão territorial, porque em sítios onde não há informação a circular e não há escrutínio, as populações ficam ainda mais isoladas. Põe-se em causa a democracia", remata.
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