País acima da média no total de 46 países analisados.
A confiança em notícias em Portugal subiu cinco pontos percentuais face a 2020 para 61%, acima da média no total de 46 países analisados, de acordo com o Reuters Digital News Report 2021 (Reuters DNR 2021), hoje divulgado.
"Entre as possíveis justificações para este aumento, há a destacar o papel preponderante da comunicação social na ajuda à interpretação e compreensão da vida em pandemia", refere o décimo relatório anual do Reuters Institute for the Study of Journalism (RISJ) e o sétimo relatório a contar com informação sobre Portugal.
"No conjunto dos 46 países em estudo, o valor médio deste indicador é de 44%, pelo que Portugal continua a apresentar valores francamente acima da média quando comparado com outros países, situação que se vem verificando ao longo dos anos e que não só não foi revertida pela crise pandémica como, pelo contrário, se intensificou, depois de vários anos em que a confiança em notícias registou valores mais baixos", lê-se no documento.
A Finlândia "continua a ser o país com os níveis mais altos de confiança geral (65%)" e os "Estados Unidos têm os níveis mais baixos (29%), refletindo uma eleição decisiva e as consequências do assassinato de George Floyd".
Relativamente a Portugal, "os dados mostram que aqueles portugueses que, em termos pessoais, foram mais afetados pela covid-19 também revelam maiores índices de confiança em conteúdos noticiosos" e estão também "mais preocupados com a legitimidade de conteúdos 'online'", lê-se no comunicado.
Sete em cada 10 portugueses afirmam-se preocupados com este tipo de conteúdos e com os seus efeitos.
"Os portugueses afirmam que a covid-19 é o tema sobre o qual mais encontraram conteúdos desinformativos", acrescenta.
De acordo com o estudo, entre os aspetos que os portugueses consideram ser cobertos "de forma mais insuficiente pelos medidas" estão a sua geografia/zona de residência e a classe social/económica a que pertencem. Ou seja, "um terço dos inquiridos acham que a sua geografia é insuficientemente coberta pelos media e um quarto dizem o mesmo sobre a sua classe social/económica".
Já as questões de género e etnia consideram ser tratadas "de forma suficiente".
Mais de metade (53,1%) dos portugueses que utilizam a Internet considera que os media devem cobrir uma grande diversidade de pontos de vista, mais de dois terços (69,3%) que "devem manter a sua imparcialidade em todas as situações e 81,3% que devem dar "igual tempo de exposição" a todos os lados numa discussão.
"Quase cinco em cada 10 portugueses, que usam a Internet, dizem-se algo ou bastante preocupados com a situação financeira das marcas de notícias, sendo que 43,7% têm consciência de que essa situação é hoje mais frágil do que há 10 anos", refere o estudo.
Em termos globais, 41,2% dos inquiridos consideram que o Estado deve intervir no sentido de apoiar as marcas de notícias "em situação de fragilidade" e mais de um terço (34,7%) têm opinião contrária.
No que respeita às questões relativas à imprensa local e regional, estas "revelam uma estrutura de consumos muito rica e muito relevante em pandemia".
Durante o confinamento, "muitos portugueses encontraram na sua geografia próxima novas dinâmicas quotidianas, para as quais a informação e consciência sobre a realidade local são fundamentais", ao que se acrescenta o facto de "serem da opinião de que a dimensão local e regional está mal representada nos meios de comunicação social, em geral".
Relativamente ao pagamento de notícias 'online', entre 2020 e 2021, "a proporção de portugueses utilizadores de Internet que pagou por notícias em formato digital no ano anterior subiu 6,8 pontos percentuais, para os 16,9%".
Aliás, dados fornecidos pela Associação Portuguesa para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT) "tendem a confirmar este crescimento", é referido no comunicado.
"No entanto, dados qualitativos do inquérito indicam que alguns consumidores associam o 'pagamento por notícias em formato digital', por exemplo, com a oferta de subscrições de jornais apoiada por diferentes entidades no quadro da pandemia, bem como associar os serviços de conteúdos informativos televisivos pagos a este tipo de pagamentos", salienta.
Apesar de "ambas as fontes indicarem tendências coincidentes, estes dados devem ser lidos com cautela e carecem de confirmação em 2022, em termos de evolução geral e grandeza", é referido.
Quatro em cada 10 inquiridos que usam a Internet e não pagam por notícias 'online' dizem ser "improvável vir a alterar essa posição e fazê-lo no futuro".
A televisão e a Internet, incluindo as redes sociais, continuam a ser as principais fontes de acesso a notícias pelos portugueses.
Cerca de três quartos dos inquiridos afirmam ter usados estas fontes na semana anterior.
"A televisão é a principal fonte de notícias para 57,7%, a Internet (excluindo redes sociais) para 17,4% e as redes sociais, isoladamente, para 13,4%".
Já a imprensa "é a principal fonte de notícias para 7,3% e a rádio para 4,2%".
Em termos de acesso a noticias 'online', oito em cada 10 pessoas diz "realizar os acessos àquelas de forma indireta, através de motores de busca, de redes sociais, 'email', notificações móveis, agregadores ou outros, dado que consolida a importância e poder simbólico de terceiros no acesso a notícias".
No que respeita ao 'podcasting', "ao contrário de uma tendência internacional que mostra um abrandamento no crescimento do consumo de 'podcasts', em 2021, 41,5% dos portugueses que utilizam a Internet dizem ter escutado algum 'podcast' no mês anterior, mais 3,1 pontos percentuais do que em 2020 e 7,2 pontos percentuais do que em 2019".
Este formato "afirma-se cada vez mais no ecossistema mediático português, e no informativo, em particular"
Enquanto parceiro estratégico, o OberCom -- Observatório da Comunicação colaborou com o RISJ na conceção do questionário para Portugal, bem como na análise e interpretação final dos dados.
O inquérito realizado foi realizado em em 46 países: Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Espanha, Portugal, Irlanda, Noruega, Suécia, Finlândia, Dinamarca, Bélgica, Holanda, Suíça, Áustria, Hungria, Eslováquia, República Checa, Polónia, Croácia, Roménia, Bulgária, Grécia, Turquia, Coreia do Sul, Japão, Hong Kong, Malásia, Filipinas, Taiwan, Singapura, Austrália, Canadá, Brasil, Argentina, Chile, México, Quénia e África do Sul.
O tamanho total da amostra foi de 92.155 adultos com cerca de 2.000 por mercado (1.501 em Hong Kong) e o trabalho de campo foi realizado no final de janeiro/início de fevereiro deste ano.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.