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Cristiano Ronaldo tinha medo de ir à escola

Uma quezília com um grupo de jovens fez com que o futebolista deixasse de ir às aulas. O seu sotaque também era motivo de gozo

17 de maio de 2014 às 14:30

Tem uma confiança inabalável e é elogiado e admirado pelo seu trabalho, empenho e dedicação, mas nem sempre foi assim. Cristiano Ronaldo teve uma infância e adolescência difíceis, longe da família, no Centro de Estágio do Sporting, onde chegou com apenas 12 anos. E as queixas em relação ao seu comportamento começaram cedo. Num livro que está prestes a ser publicado - ‘CR7 - Os Segredos da Máquina', são revelados os relatórios da escola. "Este jovem jogador tem evidentes problemas de estabilidade emocional, perde frequentemente o controlo das suas atitudes (...). Estamos convictos, porque a sua personalidade é ainda imatura e, portanto, não completamente formada, de que este jogador é um dos casos a merecer acompanhamento psicológico", lê-se no documento divulgado na obra dos jornalistas Luís Miguel Pereira e Juan Ignacio Gallardo. A informação chegou ao treinador de CR7, Luís Martins, em 2001, após o atleta ter "furtado uma lata de ice-tea a um colega", "dois iogurtes" à empregada, e ter "levantado, sem autorização" o lanche de outro jogador. Além disso, tinha ultrapassado 50% das faltas permitidas à maioria das disciplinas. A justificação foi dada pela coordenadora: "O atleta revela receio de comparecer na escola devido a uma quezília com um grupo de jovens". Luís Martins castigou o jogador e não o convocou para um jogo contra o Marítimo, na Madeira, onde vivia a sua família.

O sotaque do atual melhor jogador do Mundo também não ajudou na sua integração. "Às vezes quase chegava a chorar de tanta troça", revelou Leonel Pontes, tutor de Ronaldo.

Outro episódio que marcou a adolescência de CR7 foi a operação a que foi submetido ao coração (ablação por cateter) aos 15 anos. "No início senti-o assustado, mas ele teve sempre um espírito positivo e otimista, que permitiu ultrapassar aquele momento", partilhou Nuno Nazaré, que na altura era o encarregado de educação do craque.

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