<font size="2">A partir de setembro, RTP, SIC e TVI apostam tudo na ficção nacional. Mas o destaque vai para a novela, um género que exige menor investimento e tem receita quase garantida.</font>
Uma avalanche de estreias de ficção nacional é o que esperam os telespectadores da RTP, SIC e TVI na próxima reentrée televisiva. Ao todo, estão previstas oito estreias de novelas só em setembro, a que se somarão várias outras até ao fim do ano.
‘Sol de Inverno’, da SIC, e ‘Belmonte’, da TVI, são as duas grandes apostas dos canais privados. A novela da estação de Carnaxide, escrita por Pedro Lopes (o mesmo autor de ‘Dancin’ Days’ e ‘Laços de Sangue’) é protagonizada por Rita Blanco e Maria João Luís e terá a difícil tarefa de manter os números de audiência de ‘Dancin’ Days’, trama que deu à SIC a liderança na ficção e contribuiu para a melhoria dos resultados do canal no horário nobre. A estreia está marcada para breve.
Já ‘Belmonte’ tem como missão recuperar a dianteira na ficção para a estação de Queluz, perdida em 2012, objetivo que ‘Destinos Cruzados’ não conseguiu atingir. O primeiro episódio da novela, que terá com Filipe Duarte, Marco d’Almeida, João Catarré, Diogo Amaral e Lourenço Ortigão o quinteto de protagonistas, será exibido em breve.
Helena Forjaz, diretora de Comunicação Institucional e Corporativa da Media Capital, a dona da TVI, acredita que a próxima aposta da ficção, ‘Belmonte’, tem "todos os ingredientes para cativar o público". "Os temas abordados são muito atuais. O elenco e a história são fantásticos. A realização e a fotografia maravilhosas", comenta. Helena Forjaz revelou que a estação está a "analisar quatro projetos, de diferentes autores", para escolher a sinopse que dará forma à próxima novela e que entrará em pré-produção "até ao final do ano".
MAIS ESTREIAS
Na TVI, as estreias não se ficam por aqui, e ‘I Love It’ é a série juvenil protagonizada por Mia Rose que vai ocupar o lugar de ‘Doida Por Ti’. O formato surge para recuperar um horário que durante anos foi da TVI e que há meses é liderado pela SIC.
Na SIC vão arrancar três formatos brasileiros: ‘Amor à Vida’, a 2 de setembro, no lugar de ‘Avenida Brasil’, ‘A Guerreira’ (‘Salvé Jorge’), no lugar de ‘Páginas da Vida’, ‘Sangue Bom’ no lugar de ‘Cheias de Charme’. As duas últimas estrearão também ao longo do próximo mês. Já a reposição de ‘Senhora do Destino’, à hora de almoço, deverá acontecer apenas em outubro. Contactada pela Correio TV, Gabriela Sobral, diretora de Produção da SIC, não se mostrou disponível para falar sobre a estratégia de ficção da SIC para os próximos meses.
Também a RTP vai apostar forte na ficção na reentré, com a estreia de ‘Os Nossos Dias’, da SP Televisão, uma novela low cost. Um antigo desejo do diretor de programas Hugo Andrade, que queria produção portuguesa para o lugar das novelas estrangeiras após o ‘Jornal da Tarde’. Prometida está também uma segunda temporada de ‘Bem-vindos a Beirais’, série de horário nobre com características semelhantes a uma novela.
Tendo em conta a "crise e a diminuição de audiências dos canais generalistas", Eduardo Cintra Torres não tem dúvidas de que "a telenovela torna-se a aposta mais segura" das televisões, ao prometer "uma audiência ampla e contínua durante meses". Lembra o crítico de televisão que a produção deste género de ficção se "industrializou, no sentido da linha de montagem fordiana", permitindo produzir "a mais barata ficção televisiva por minuto".
AVALANCHE DE NOVELAS
Outra das vantagens, sublinha Eduardo Cintra Torres, é ser " um produto flexível", ou seja, "pode aumentar-se a sua duração, se obtiver audiências, como tem acontecido com ‘Dancing Days’, ou pode reduzir-se o número de episódios, se fracassar. "A telenovela permite a repetição de episódios noutros horários; a repetição de partes de episódios no mesmo horário: a repetição na íntegra em diversos horários e em diversos canais", explica. E vai mais longe, ao referir que este género de ficção permite ainda a introdução de publicidade na própria ficção, "de forma cada vez mais descarada e descaracterizadora". O também colunista do CM e da CMTV aponta ainda que a novela "é o único produto audiovisual com potencial de exportação".
Também Francisco Penim, coordenador de programas da CMTV, não se surpreende com a avalanche de telenovelas porque, diz, é "vulgar em todas as rentrées haver um aparente ‘superavit’ de estreias de novelas". Mas ressalva que a "RTP1 é a exceção deste movimento". "Em termos concorrenciais, acho natural que o canal tenha a ficção como uma das suas apostas. A RTP 1 é um canal terrestre generalista e, como tal, tem de agradar à maior parte dos telespectadores disponíveis a todos os momentos do dia." "Se a opção pela ficção é a mais correta ou não, isso é com o seu diretor de programas. Mas esta aposta tem pelo menos o condão de ser uma boa notícia para os atores e técnicos envolvidos. E isso é positivo", explica Francisco Penim à Correio TV.
Já Eduardo Cintra Torres afirma "não ver qualquer interesse neste tipo de ficção no operador público", não por se tratar de telenovela, mas por "não ter qualquer distinção em relação aos privados que justifique o investimento com dinheiros públicos". "A RTP não existe para concorrer com os privados no campo de ação destes, mas para ser-lhes alternativa de interesse público. Com as telenovelas até agora apresentadas – sob o eufemismo de ‘séries longas’ – acentua-se a pior vertente da submissão da RTP a interesses comerciais e a uma busca de audiências por caminhos errados", vinca o crítico de televisão.
Quem também contesta a presença das novelas na grelha da estação pública é Fernando Sobral. "Na RTP, ninguém sabe o que é serviço público de televisão nem o que deve ser a programação da estação. É uma montanha de equívocos. Se querem reaprender a fazer novelas, aprendam com os angolanos (‘Windeck’ é mais moderna e tem mais a ver com o Mundo atual do que ‘Bem-Vindos a Beirais’)." Para o jornalista e crítico de televisão, o regresso das novelas nacionais à RTP 1 "com fórmulas falhadas e sem imaginação" é um "sinal de que o canal não tem tática nem estratégia televisiva".
O número de novelas que vai começar a estrear em setembro não surpreende Fernando Sobral que afirma que este produto, os reality-shows e os programas de "pretenso humor" são a "dieta preferida dos canais generalistas, porque o futebol se tornou demasiado caro". "Uma dieta" que, sublinha, "continua a render, mesmo que a TVI tenha perdido o segredo do sucesso instantâneo a fazê-las, e a SIC tenha encontrado a fórmula". O que surpreende o crítico de televisão é a RTP 1 "apostar em novelas (ainda por cima envergonhadas e pobrezinhas, como a muito fraca ‘Bem-vindos a Beirais’).
Além do género novela, há outras estreias de ficção agendadas pelas generalistas. Assim, a RTP 1 vai tentar lançar, ainda em setembro, a série histórica ‘Os Filhos do Rock’, ficando ainda com ‘Família Açoriana’ na gaveta, outra série, de oito episódios, inspirada no livro ‘Os Cantos’, de Maria Filomena Mónica. O enredo tem como protagonista uma das famílias mais emblemáticas dos Açores. Já a TVI continua a ter em carteira ‘A Minha Casa’, ‘Bairro’ e ‘Giras e Falidas’.
HORÁRIO NOBRE DA TVI: 'BELMONTE'
‘Belmonte’ Passada em Estremoz, Alentejo, a novela vai substituir ‘Destinos Cruzados’ (TVI) e narra a história do clã Belmonte. A morte de Emílio deixa os filhos a braços com uma enorme fortuna e uma herdeira desconhecida... Joana Solnado e José Wallenstein integram o elenco da adaptação chilena.
APOSTA DA SIC: 'SOL DE INVERNO'
‘Sol de Inverno’ Moçambique foi o cenário onde arrancaram as gravações da substituta de ‘Dancin’ Days’. A rivalidade entre duas mulheres conduz o enredo de traição e vingança. Rita Blanco e Maria João Luís protagonizam a história, que conta com Joana Ribeiro, Cláudia Vieira e Diogo Morgado. n
AS NOVIDADES
I LOVE IT MIA ROSE PROTAGONIZA
Nova novela juvenil da tvi que vai abordar temas polémicos.
SANGUE BOM
Fernanda Vasconcellos e Marco Pigossi formam o par romântico da trama.
AMOR À VIDA
Walcyr Carrasco assina esta história com paolla Oliveira e Juliano Cazarré.
SENHORA DO DESTINO
Carolina Dieckman é uma das protagonistas do enredo.
A GUERREIRA
Glória Perez assina esta novela que conta com a interpretação de Dira Paes e Nanda Costa.
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