Luís Delgado, presidente executivo da Lusomundo media, diz estar a “puxar pelo potencial de crescimento” da empresa mas fica em silêncio sobre a eventual venda dos media. Depois da administração da Lusa, o jornalista-gestor aposta numa estratégia a longo prazo... sem receio de novos cenários políticos.
Correio da Manhã – Se o PS ganhar as eleições, o seu afastamento da Lusomundo Media (LM) deverá ser uma prioridade. Esta perspectiva condiciona a sua gestão?
Luís Delgado – Não acredito que isso aconteça. Não foi o Governo que me nomeou e não será um novo Governo que me impede de estar aqui. Quem me nomeou foi o presidente da Portugal Telecom (PT), em consonância com os accionistas, por isso não estou preocupado.
– É então uma estratégia de longo prazo...
– Recebi instruções para puxar pelo potencial de crescimento da Lusomundo Media e é o que estou a fazer com a Comissão Executiva e com a administração. Nunca misturo política com questões profissionais.
– Como reage então a acusações como as de Arons de Carvalho, que chamou à sua nomeação de “operação de controlo político”, ou de Vicente Jorge Silva que o rotulou de “talibã político”?
– Não me preocupa. Às vezes as pessoas confundem opinião cívica com o desempenho das suas funções.
– Pacheco Pereira também foi sempre muito crítico quanto à sua nomeação e contra não-gestores assumirem cargos de gestão...
– Em todo o lado, jornalistas ocupam cargos de gestão. O director do ‘Público’ [José Manuel Fernandes] é administrador do jornal e, tanto quanto sei, bom. Não me afectam essas críticas.
– E como se dá com o primeiro-ministro Pedro Santana Lopes?
– Sou amigo do Dr. Santana Lopes como sou do Dr. Paulo Portas, do Dr. Durão Barroso. Sempre estive – embora sem nenhum tipo de militância – colocado no centro-direita. É uma posição de há 20 anos que manterei.
– Aborda questões de trabalho com Santana Lopes?
– Se falamos da Lusomundo Media? Não, de todo. Falamos, de vez em quando, de coisas normais, quando lhe telefono ou ele a mim.
– Encontram-se regularmente?
– [risos] Não sou ministro, nem político e nunca tive pretensões para a política.
– Qual o seu trunfo como gestor?
– Ser jornalista permite-me ter uma ideia mais precisa do ‘core business’ da empresa.
– E o facto de emitir tantas opiniões – ‘Diário de Notícias’ (‘DN’), ‘Diário Digital’, SIC Notícias e Antena 1 – não o prejudica enquanto gestor?
– Eu já era comentador. Distingo muito bem a parte profissional daquilo que são os meus comentários, a minha cidadania, a minha capacidade de ajudar a ter uma intervenção na sociedade. Sou polémico e há pessoas que me odeiam, como posso gerar o sentimento contrário, mas tento escrever com bom senso, sempre coerente com o que penso.
– Nunca usou as suas colunas para desabafos, sobretudo na altura em que se dizia, durante a direcção de Fernando Lima, que o ‘DN’ era alvo de pressões políticas?
– Nunca usei o meu espaço de opinião nessa área, particularmente no ‘DN’. A única vez que o fiz, na qualidade de presidente da comissão executiva, foi para defender o grupo e o ‘DN’ de uma crise que se levantou que não tinha nada a ver connosco, que foi o caso Marcelo.
– Foi por arrastamento que o ‘DN’ foi visto como ‘vítima’ do poder político?
– Fiquei absolutamente espantado com o arrastamento do caso LM a partir do caso Marcelo. Era a tal teoria da conspiração, montada por um grupo de conspiradores, incluindo o primeiro-ministro e do qual eu faria parte. Mas eu nunca conspirei com ninguém, nem sou conspirador de nada. Só os factos demonstram que não ia haver nenhuma tentativa de controlo político.
– Então o que sente quando lhe chamam “comissário político”?
– Tenho de aceitar que me façam comentários desagradáveis. Não sou, fui ou serei nenhum comissário político. Só gosto de política no sentido de a analisar. Às vezes as pessoas insultam...
– E como se justifica a vinda de Carlos Andrade, antes afastado da TSF, para director-geral de publicações?
– Este cargo, antes exercido pelo Mário Bettencourt Resendes, visa, em conjunto com ele, ajudá-lo numa compatibilização funcional com todas as publicações do grupo.
– Está-se a abrilhantar o ‘pacote’ (dos media) para depois vender? Concorda com a posição de alguns accionistas que acham que se deve alienar os media da PT?
– Quem manda são os accionistas, a PT SGPS e o conselho estratégico e eu obedeço a qualquer decisão.
– E se decidissem vender, deveria ser uma venda em bloco ou por títulos?
– Não respondo.
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