Durante dois dias, o País vai estar em foco nas televisões de todo o Mundo. Cerca de mil profissionais seguem de perto o encontro de líderes mundiais. Cavaco e Sócrates são anfitriões
Hoje e amanhã, Lisboa recebe as principais figuras de Estado das maiores potências mundiais para a Cimeira da NATO. O presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, desloca-se a Portugal pela primeira vez para reunir com os líderes europeus, incluindo o Presidente da República, Cavaco Silva, e o primeiro-ministro José Sócrates. O momento histórico vai exigir dos meios de comunicação nacionais um investimento pouco habitual para a cobertura de um evento e impõe uma aposta nos profissionais e nos meios envolvidos.
Mais de 300 jornalistas e técnicos estão já credenciados apenas para a cobertura que os três grupos de televisão portugueses estão a preparar, e que não se vai ficar apenas pela zona do Parque das Nações, em Lisboa, onde decorre o encontro.
"A TVI 24 vai ter equipas no perímetro da cimeira, mas também cá fora, onde vão decorrer as manifestações, para fazer a cobertura do conteúdo e da acção do evento", adiantou à Correio TV o subdirector de Informação da TVI, José Carlos Castro. Durante dois dias, a emissão do canal de informação de Queluz de Baixo será dedicada exclusivamente à cimeira, com breves apontamentos na estação generalista "sempre que se justifique". Também a SIC vai ter um espaço reservado para directos e comentários no próprio local, referiu à Correio TV Alcides Vieira. "Além disso, vamos ter reportagem e directos de vários locais, dentro e fora das instalações onde decorrem os trabalhos", acrescentou o director de Informação do canal.
Mas é à RTP que cabe o investimento mais visível, uma vez que a televisão pública é a estação oficial do encontro. Para além da emissão, a RTP vai ainda disponibilizar as imagens para uma rede de parceiros internacionais, através da Eurovisão, que, por sua vez, cede todo o tipo de trabalhos feitos sobre a NATO à RTP.
A SIC, por seu turno, deverá partilhar meios técnicos e imagens da cimeira com as principais televisões privadas da Europa. "Lisboa vai ser a capital do mundo político durante dois dias, e é natural que os jornalistas estrangeiros recorram ao apoio das televisões locais", sublinha Alcides Vieira. José Carlos Castro reconhece que a cobertura mediática da cimeira "é um desafio, porque são muitas horas e pela perspicácia necessária dos jornalistas, daí a escolha cuidada das pessoas e do posicionamento dos meios". Mas não considera que as televisões portugueses tenham uma responsabilidade acrescida "porque têm que saber fazer o melhor que sabem aqui ou no fim do mundo". Para além disso, realça o responsável da TVI, "o Mundo inteiro vai estar cá".
Segundo a organização, cerca de mil profissionais solicitaram acreditação para os próximos dois dias. É uma oportunidade de ouro para dar a conhecer o País aos média internacionais, acredita o correspondente da RTP em Washington. Vítor Gonçalves, que deverá viajar para Lisboa com os colegas norte-americanos, está responsável pela reportagem no local do evento para a RTP. "Nos últimos meses, Portugal surgiu nas notícias associado à instabilidade financeira, à Irlanda e à Grécia. Conseguir organizar um evento desta envergadura é importante para a nossa imagem no Mundo", aponta o repórter.
Uriel Oliveira, da Cision, agência de monitorização e avaliação dos média, diz que a cimeira da NATO, apesar da sua dimensão dentro e fora do País, vai promover Portugal de uma forma muito específica. "Não significa uma actuação de comunicação de outros aspectos que possam promover o País. Por isso, não existe uma relação de causa-efeito. Contudo, todas as mensagens positivas são bem-vindas, mesmo as mais imediatas", afirma. Já André Andrade, da Carat, considera que o maior impacto será na economia local. "É um evento que dá alguma notoriedade à marca Lisboa e Portugal, mas não trará muitos mais benefícios".
RTP
Análise de segurança
A RTP vai fazer hoje duas emissões especiais, num simultâneo RTP 1 e RTP N. Uma por volta das 12h00, aquando da chegada do presidente dos EUA, e outra à tarde, para acompanhar o início da cimeira. Na FIL, onde decorre o encontro, estará Márcia Rodrigues. Na agenda da reunião estão "alguns dos temas mais complexos e abrangentes da segurança internacional e a RTP vai analisá-los um a um com cobertura detalhada", adianta a jornalista. No Palácio de Belém, onde Barack Obama e Cavaco Silva se vão reunir, e no Pavilhão de Portugal, onde tem lugar a cimeira EU/EUA, há posições preparadas para directos. Em estúdio, Judite de Sousa e Luís Castro coordenam a edição, que conta com vários comentadores.
SIC
Debates em destaque
A estação de Carnaxide credenciou cerca de 60 profissionais para terem acesso livre ao local onde vão decorrer os trabalhos. Além das reportagens, SIC, SIC Notícias e SIC On-line têm equipas preparadas para acompanhar em directo os dois dias da cimeira e toda a informação relacionada com o evento, dentro e fora do espaço da Expo. No local estarão meios de directo que permitem acompanhar ainda os encontros entre a União Europeia e os EUA e entre a NATO e a Rússia. Clara de Sousa vai conduzir a emissão em estúdio e Pedro Cruz modera os debates de política internacional. Nuno Rogeiro, Miguel Monjardino, Martim Cabral, Ricardo Costa e Fernando de Sousa são os comentadores de serviço.
TVI
A olhar para a agenda
Pedro Pinto vai ser "o rosto" da TVI durante a cimeira da NATO. O correspondente do canal em Bruxelas, Pedro Moreira, também acompanha a emissão, bem como José Pedro Barreto. Para além disso, a estação de Queluz de Baixo preparou vários momentos de debate e comentário político. Mas a emissão está dependente da agenda do encontro. "A TVI 24 vai cobrir tudo no momento mas, por razões de segurança, há muita coisa que só é revelada aos jornalistas pouco tempo antes de terem lugar, pelo que temos que ter todos os meios sempre disponíveis", explica o subdirector de Informação. José Carlos Castro adianta ainda que haverá serviço de tradução simultânea de momentos da cimeira.
Cimeira com menos meios
A cimeira da NATO deve receber entre 900 e mil jornalistas, menos do que a média de 1300 que participaram nas reuniões anteriores. Um reflexo da crise mundial que já levou ao encerramento de vários órgãos de comunicação, sobretudo na área da imprensa. "A atenção dos jornalistas estrangeiros vai estar voltada para temas como a saída das tropas norte-americanas do Afeganistão e a ligação à Rússia", explica Vítor Gonçalves, correspondente da RTP nos Estados Unidos. E acrescenta: "Os jornalistas estrangeiros vão ficar alojados na zona da Expo e vão conhecer de perto uma área moderna e renovada e não apenas a imagem dos problemas". Os meios internacionais têm também outro tipo de privilégios. Segundo José Carlos Castro, subdirector de Informação da TVI, "conseguir entrevistar as grandes figuras presentes vai ser muito difícil". Para além de não estarem disponíveis fora do contexto dos momentos oficiais e conferências de imprensa, "essas oportunidades ficam para canais como a CNN, porque os meios nacionais são irrelevantes a nível mundial".
Segurança limita cobertura
Ao contrário do que aconteceu durante a visita do Papa e no Euro 2004, as televisões não vão mostrar imagens de helicóptero da cimeira da NATO. Por motivos de segurança, o espaço aéreo de Lisboa vai estar fortemente restringido, mas há ainda limitações no trânsito na zona da Expo, onde decorre o encontro, e nos locais de passagem dos chefes de Estado, impedindo a utilização de motos e outros veículos.
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