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'Seinfeld' começou a mudar humor há 25 anos

Programa de humor é considerado um dos mais bem sucedidos de sempre.

05 de julho de 2014 às 12:05

'Seinfeld' foi para o ar há 25 anos

Foi há 25 anos que se estreou na televisão norte-americana a série de comédia “Seinfeld”, protagonizada pelo próprio Jerry Seinfeld. A série é descrita pela maioria dos fãs como sendo “sobre nada e sobre tudo”.

Conta a vida ficcionada de Jerry Seinfeld, um comediante de stand-up na cidade de Nova Iorque, com os seus excêntricos amigos George, Kramer e Elaine. Apesar de um início tremido, acabou por se tornar numa das mais aclamadas séries de humor de sempre na televisão.

PIOR INÍCIO DE SEMPRE

Foi Warren Littlefield, o antigo presidente de entretenimento do canal NBC que o disse. “Seinfeld teve um dos piores episódios piloto de todos os tempos. Tenho-o junto à minha secretária e diz na avaliação global: ‘fraco’.”

Inicialmente, o público não soube como reagir a um programa centrado em quarto personagens principais que navegavam em cenas mundanas como decidir o que levar para um jantar de amigos, andar de metro ou tentar arranjar um lugar de estacionamento.

Apesar de o público não ter recebido muito bem o programa, Littlefield reconhece que os criadores “conseguiram arranjar dinheiro para filmar quatro episódios, para segurar o programa, e correu tudo bem”. A partir daí, a NBC pediu mais 13.

FÓRMULA DE SUCESSO

A série esteve no ar durante nove anos e passou de um programa bem sucedido para um fenómeno da cultura norte-americana e além fronteiras. De 1993 a 1998, “Seinfeld” nunca esteve abaixo do terceiro lugar nas audiências televisivas. Na última temporada não descolou do primeiro posto.

O humorista Jerry Seinfeld num espetáculo de stand-up

No seu último ano de emissão, a série era vista por uma média de 38 milhões de pessoas. Para compreender melhor a dimensão destes valores, a série do mesmo género mais vista no ano passado nos EUA, “The Big Bang Theory”, atraiu menos de metade destes espectadores: 13,2 milhões.

O último episódio foi visto por 74 milhões de pessoas quando foi para o ar, em 14 de maio de 1998.

LEGADO PERMANECE

Apesar de não produzir episódios novos desde 1998, a série já rendeu 3,1 mil milhões de dólares (2,2 mil milhões de euros) só com programas repetidos por todo o mundo e ainda domina as salas dos argumentistas que querem alcançar o mesmo sucesso.

Mesmo durante os primeiros episódios em 1989, Seinfeld não se assemelhava a nada que já tivesse ido para o ar na televisão norte-americana, mas, 25 anos depois, a sua influência pode ser encontrada em qualquer comédia televisiva. Pode ter sido um programa sobre "nada", mas, no final, acabou por mudar tudo em termos de séries de humor na TV. A cadeia televisiva TBS já fez um documentário onde explica como tudo foi feito, para comemorar o aniversário.

INFLUÊNCIA ESTENDEU-SE A PORTUGAL

A par dos humoristas norte-americanos, também os portugueses se sentem influenciados pelo aclamado programa e pela forma como foi pensado e criado. Alguns deles admitem ter “a coleção inteira em DVD”, como é o caso de Luís Franco Bastos, humorista e imitador de vozes. Para Salvador Martinha, comediante de stand-up, foi esta a série que o fez perceber que “o stand-up podia ser um modo de vida”.

“Ficava fascinado com aquela vida de andar de um comedy club para o outro e de, durante o dia, procurar material cómico nos acontecimentos da vida quotidiana”, afirma Luís Franco Bastos, para quem essa se tornou também na sua vida, anos mais tarde.

Para Salvador Martinha, a forma como os acontecimentos alcançavam “proporções exacerbadas” é um dos fatores que explicam o sucesso do programa pensado por Jerry Seinfeld, com quem aprendeu muito. “É talvez o comediante mais rigoroso do mundo. Fez-me ver que não basta ter piada e que é necessários dominar a técnica para atingir a excelência”, acrescenta.

Também o humorista Pedro Tochas se confessa um “enorme fã” do programa, onde diz não haverem personagens determinantes porque “resultava muito pelo conjunto”. “Era o contraste que existia entre as personagens que fazia o programa resultar”, disse.

Para Tochas, Seinfeld tinha “um humor que não tentava explicar o sentido da vida, mas que acabava por explicar o sentido da vida”. Para o humorista, Jerry Seinfeld representa “o rigor e a procura da excelência” que “já não existe muito hoje em dia”.

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