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Doçura

Robyn segue uma visão pessoal num mundo nivelado pelo gosto comum.

17 de novembro de 2018 às 00:30

Robyn não é doçura nem travessura. É as duas coisas ao mesmo tempo. É o mel da pop, como confessa no seu novo álbum, ‘Honey’. A ídolo sueca regressa, depois de oito anos de ausência. Estávamos em 2010 quando lançou ‘Body Talk’, o disco que a confirmou como uma das mais influentes artistas pop das últimas duas décadas, cuja marca é visível em temas de Rihanna, Ariana Grande, Taylor Swift ou Lorde.

Durante esse tempo, segundo diz, questionou-se se deveria continuar a fazer música. Hoje não tem muito para provar. Talvez ‘Honey’ não seja propriamente aquilo que os fãs esperavam de Robyn. Há aqui uma exploração de novas vias para a música de dança, onde a melodia não é o mais importante. A pressão de fazer novos sucessos era grande, mas não é isso que agora fascina Robyn.

O tema que dá título ao álbum, ‘Honey’ é lânguido e abertamente sexual, mas por debaixo da superfície há muito desconforto. O som de sintetizador resvala para o ruído. Há desespero em todo o tema. O tom para o disco está encontrado. Em ‘Human Being’ canta que ‘there’s no resolution’, como se estivesse a descrever o mundo à sua volta. Em ‘Baby Forgive Me’ há um som electrónico muito sombrio. Em ‘Send to Robyn Immediatly’ está carregado de erotismo angustiado.

Só ‘Ever Again’ parece reflectir os tons quentes da pop dos anos 80 em que tantas vezes se baseou para criar o seu som refrescante. Este é um disco que já não está preocupado com os tops. Robyn segue agora uma visão pessoal num mundo que está nivelado pelo gosto comum. E é isso que torna este disco um barco a navegar contra a maré.

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