Bastet: Coragem contra o preconceito

"Prefiro contar eu a minha história do que esperar que a contem por mim." Com estas palavras, Bastet avançava para a apresentação da sua biografia, ‘Só Deus Me Julgará', ontem, na Fnac Colombo, perante uma plateia onde se destacava o marido, João Cabeleira, músico dos Xutos & Pontapés.

E foi, precisamente, a celebridade do marido que ditou o livro. "A partir do momento em que casámos, sendo ele uma figura pública, era uma questão de tempo até eu começar a ser falada, assim, falo eu", disse Bastet, dirigindo-se a uma audiência onde não faltavam rostos familiares.

"Escrevi contra o preconceito que deu cabo da minha vida, da minha saúde, da minha família", afirmou Bastet, nome artístico da autora que, apadrinhada por Maya, deixou saber que vai sair em digressão com o seu espectáculo de strip.

"Julgar o que não conhecemos é um acto de profunda ignorância. Também, por isso, escrevi este livro. Fi-lo em nome da diversidade", contou, antes de chamar ao palco a família, que aprendeu a conhecer quem é e o que faz Bastet.

UM ACTO DE ORGULHO

A irmã mais velha de Bastet, Mafalda, de 32 anos, esteve presente na apresentação da obra, acompanhada dos filhos. "Confesso que ainda não li o livro mas acho que é uma grande coragem da parte da minha irmã expor assim a sua vida. E espero que contribua para desmistificar o que é o trabalho de uma bailarina de strip. Acho que é um acto de coragem e um orgulho para mim."

EXCERTOS

"Era cobiçada pelos homens, odiada pelas mulheres e admirada pelas colegas."

"Conheci o meu marido numa casa nocturna (...). Disse-me que tocava guitarra e que tinha uma banda."

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Fotogaleria da pose de Bastet para o 'Vidas'