Desde extorsão e violência à invasão de propriedade: o resumo da segunda semana do julgamento de Diddy
Rapper Kid Cudi foi uma das testemunhas ouvidas em tribunal esta semana.
Várias testemunhas foram ouvidas durante a segunda semana do julgamento do músico norte-americano, Sean Diddy Combs, acusado de tráfico sexual e extorsão.
O rapper e ator Kid Cudi e a cantora Dawn Richard foram algumas das testemunhas mais conhecidas pelo público a serem ouvidas.
Desde extorsão e violência à invasão de propriedade, aqui estão os momentos-chave da segunda semana de julgamento:
Passo-a-passo, os procuradores tentam provar extorsão
O caso foca-se principalmente nas acusações de abuso físico e sexual que Diddy infligiu a Cassie durante anos, tendo coagido a ex-namorada a ter encontros sexuais chamados 'freak-offs' com homens a quem pagava milhares de dólares.
Contudo, Diddy é também acusado de extorsão. Os procuradores afirmam que vão provar que o rapper usava os seus negócios e funcionários "para realizar, facilitar e cobrir atos de violência, abuso e sexo comercial". Alguns dos funcionários testemunharam esta semana.
O assistente pessoal de Diddy entre 2013 e 2015, George Kaplan, disse ao júri que já deitou fora garrafas de bebidas alcoólicas e drogas, além de limpar o óleo de bebé nos quartos de hotel de Combs, depois do produtor musical terminar os 'freak-offs'. Kaplan disse que nunca denunciou os casos de abuso às autoridades, mesmo depois de Diddy agredir Cassie num avião privado.
Outro assistente pessoal, David James, testemunhou que Combs lhe pedia para colocar viagra, preservativos, óleo de bebé, lubrificante, entre outros materiais, nos quartos de hotel.
James recordou ainda o momento em que conduzia Diddy para um jantar com o rival da indústria da música, Suge Knight, co-fundador da produtora Death Row Records. Enquanto se dirigiam para Los Angeles, nos EUA, Combs levava três pistolas no colo.
Diddy exigiu 20 mil dólares à mãe de Cassie por ciúmes
A ex-namorada do rapper norte-americano namorou com Kid Cudi, durante um curto período de tempo, quando parecia que a relação com Diddy estava prestes a terminar.
A mãe de Cassie, Regina Ventura, contou que se sentiu "fisicamente doente" depois de receber um e-mail da filha a relatar que Combs tinha descoberto a relação com Cudi e planeava divulgar vídeos íntimos de Cassie.
Mais tarde, continuou a mãe, Combs contactou-a e, furioso, exigiu 20 mil dólares, que corresponderiam ao dinheiro investido na carreira de Cassie.
A mãe da cantora pediu 'home equity', um tipo de crédito onde se coloca uma casa como garantia, de modo a transferir o dinheiro para a empresa de Combs. Mas, vários dias depois, o montante foi devolvido.
Casa de Kid Cudi invadida e carro incendiado
No testemunho de quinta-feira, Kid Cudi revelou que Cassie parecia "muito stressada, nervosa e assustada" quando lhe telefonou, em dezembro de 2011, para dizer que Combs sabia do namoro. Cudi afirma que ficou confuso, porque pensava que Cassie e Diddy haviam terminado a relação.
O rapper contou que, logo a seguir, recebeu uma chamada telefónica de uma das assistentes de Combs. A assistente disse que estava na casa de Cudi com Diddy e um assessor para falar com ele. A funcionária explicou que tinha sido forçada a entrar no carro para os acompanhar.
Cudi disse que foi rapidamente para casa, mas quando chegou, Combs já lá não estava. Presentes de Natal abertos e o cão preso na casa de banho, foi o cenário encontrado pelo rapper à chegada a casa. O rapper disse que o cão ficou "muito agitado e nervoso" depois do encontro com Diddy.
Nesse mesmo dia, o carro do artista musical ficou destruído pelas chamas.
O rapper encontrou-se com Diddy num hotel em Los Angeles, no dia seguinte, para resolver as tensões. Quando entrou no quarto, Cudi afirma que Combs estava a olhar pela janela com as mãos atrás das costas. Combs nega qualquer envolvimento com o carro incendiado, mas Cudi não acredita.
Ex-amiga de Cassie explica fim de amizade
Kerry Morgan e Cassie foram amigas durante 17 anos, até que Morgan foi agredida por Diddy, em 2018, que exigia saber com quem é que Cassie o andava a trair.
Combs terá colocado uma cruzeta na cabeça dela para a estrangular, deixando-a com tonturas e vómitos, além de marcas de dedos no pescoço.
Quando Morgan ponderava abrir um processo contra Diddy, encontrou-se com Cassie numa pizzaria, onde a cantora lhe pediu para assinar um termo de confidencialidade em troca de 30 mil dólares. "[Cassie] disse-me que pensava que eu estava a explorar a situação e que estava a exagerar", afirmou a ex-amiga. Morgan e Cassie nunca mais falaram desde então.
Amor por puré de maçã traz leveza a um julgamento sobre violência
Apesar dos temas sérios abordados no tribunal, houve alguns momentos mais leves.
Na quinta-feira, o assistente pessoal de Diddy, Kaplan, revelou que o patrão "ama puré de maçã". Combs acenou com a cabeça e sorriu, à medida que Kaplan contava como o rapper "come [o puré de maçã] como acompanhamento ou em cima de muitas coisas".
"Em hambúrgueres?" perguntou o advogado de defesa Marc Agnifilo.
"Hambúrgueres é um deles", respondeu Kaplan despoletando risos por todo o tribunal.
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