Gilberto Gil processa padre que condenou orações pela filha: "Manchou a memória e a honra de Preta Gil"
O artista brasileiro acusa o sacerdote de intolerância e racismo religioso.
Gilberto Gil decidiu processar o padre Danilo César, da Paróquia de São José, em Areial, na Paraíba, por intolerância e racismo religioso, após este ter feito declarações ofensivas sobre as orações que o músico dedicou à filha, Preta Gil, que morreu em julho deste ano, vítima de cancro.
O artista brasileiro pede uma indemnização de 370 mil reais (cerca de 65 mil euros) por danos morais, depois de o sacerdote ter gozado publicamente a fé de Gil, durante uma homilia, no dia 27 de julho. O padre comentou as orações que o músico fez aos orixás, divindades das religiões de matriz africana, afirmando: "Tem gente católica que pede a essas coisas ocultas. Eu só queria que o Diabo viesse e levasse."
As palavras, proferidas durante uma missa e divulgadas nas redes sociais, causaram indignação entre os fiéis e a família de Gilberto Gil. Posto isto, o músico enviou uma notificação extrajudicial à Diocese de Campina Grande e ao próprio padre, exigindo uma retratação pública e a aplicação de medidas disciplinares dentro da Igreja.
Na notificação, Gilberto Gil destacou o "enorme desrespeito" do sacerdote, que, num momento de dor e luto, "manchou a memória e a honra de Preta Gil". O artista sublinhou ainda que o discurso do padre viola o direito à liberdade religiosa, configurando crime segundo o Código Penal brasileiro.
Como não houve qualquer pedido de desculpas ou manifestação por parte do padre ou da Diocese, Gilberto Gil decidiu avançar com a ação judicial, que foi formalizada esta terça-feira no Tribunal do Rio de Janeiro.
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