Inês Herédia revela sentir-se discriminada por ser lésbica

Atriz é casada com Gabriela Sobral há seis anos.

01 de novembro de 2024 às 16:14
Inês Herédia Foto: Paulo Fernandes
Inês Herédia e Gabriela Sobral Foto: Direitos Reservados
Inês Herédia e Gabriela Sobral Foto: Direitos Reservados
Inês Herédia, Gabriela Sobral com os filhos Foto: Direitos Reservados

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Inês Herédia de 34 anos assumiu, no programa 'Dona da Casa' da Antena 3, que já foi discriminada em contratos de publicidade por ser lésbica, por várias "marcas de vários tipos" como de alimentação e bebés. 

"Nunca te dão essa explicação", começou por contar. E confessou: "Mas tens três pessoas para serem escolhidas, depois reduz para duas, de repente já és só o único perfil que encaixa exatamente no que eles querem, e depois não ficas. Achas estranho. Depois acabam por não pôr ninguém e vai uma modelo. Depois passado dois anos descobres o porquê"

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Na ficção a história também não foi diferente. A atriz, que neste momento intrega o elenco da novela 'Festa é Festa' (TVI) apontou que também sofre alguns estereótipos. "Tudo o que envolve câmara, seja televisão ou cinema, não é assim tão aberto. Principalmente para os homens. A partir do momento em que um ator homem tem alguns trejeitos mais femininos, automaticamente acreditam que este ator não é capaz de fazer uma personagem com uma expressão de género mais masculina, como um galã, por exemplo", desabafou.

Inês Herédia recordou ainda que no início da relação com a Gabriela Sobral "houve sempre uma tentativa" de associar o seu trabalho ao facto de serem namoradas. "Na esmagadora maioria das vezes há pouca disponibilidade para se perceber o que é que as pessoas já fizeram antes. Eu estava há quase 10 anos a fazer teatro, tinha o conservatório, tinha estudado em Londres", fez notar.

Além da discriminação, a artista sofreu tentativas de 'pinkwashing' [estratégia de implementar mensagens superficialmente simpáticas à comunidade LGBTQ para fins que têm pouco ou nada a ver com a igualdade ou inclusão LGBTQ]: "Chegávamos ali ao mês de junho e eram sete, oito, nove marcas a quererem fazer a comunicação do mês Pride. O seres gay friendly não é só no mês Pride".

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Continuou: "Em junho, de repente, vês todas as figuras públicas a pôr bandeiras, mas cada vez que sai uma notícia de que uma mulher foi assassinada na Venezuela por ser lésbica, ou que o casamento gay agora é legal na Tailândia, não vês nenhuma a partilhar que não seja gay. Faz-me confusão"

Assim, Inês Herédia assumiu que tem muito mais cuidado a escolher as marcas com que se associa. "Há responsabilidade aí. Recebo muitas mensagens de jovens LGBT. Noventa por cento delas são sobre problemas específicos que estão a atravessar, como estarem com medo de contar à família, serem expulsos de casa...", disse. 

Recorde-se que Inês Herédia é casada com Gabriela Sobral, atual diretora de produção e conteúdos da Plural. O casal tem dois filhos: os gémeos Luís e Tomás, de seis anos. 

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