Ficheiros Epstein: vítimas revoltadas com a censura dos documentos

O site do Departamento de Justiça norte-americano divulgou na sexta-feira uma grande quantidade de documentação relativa ao processo Jeffrey Epstein (mais de 550 páginas), incluindo mensagens trocadas entre o abusador sexual e os seus amigos, transcrições de escutas telefónicas e fotografias de gente famosa em amena convivência com o proxeneta, incluindo Michael Jackson, Bill Clinton, Mick Jagger, Kevin Spacey, Richard Branson, Diana Ross, Sarah Ferguson e André Mountbatten-Windsor.

Claro que nem toda a gente que aparece nas fotografias terá recorrido aos “serviços” de Epstein – conhecido entre as elites como alguém que podia “arranjar” raparigas muito jovens, algumas menores, para praticar sexo. Por outro lado, há figuras que notoriamente não aparecem nas fotos – como o próprio Donald Trump, que toda a gente sabe ter sido amigo chegado a Epstein – o que está a suscitar a ira de muito boa gente.

Bill Clinton já veio a público queixar-se de haver, por parte da Casa Branca, “aproveitamento político destes arquivos” e muitas das vítimas traficadas por Jeffrey Epstein garantem que “há muitos homens importantes e famosos que não estão a aparecer nos documentos”, o que muito as preocupa.

"Há muito para revelar"

Uma parte fundamental da documentação diz respeito a uma investigação conduzida pelas autoridades americanas às atividades de Epstein de onde foram rasuradas nada menos que 100 páginas.

Ou seja os documentos, além de parciais, revelam ter sido editados e censurados, supostamente para “proteger a identidade das vítimas” – algo que as próprias contestam fortemente. O irmão de Virginia Giuffre, que Jeffrey Epstein terá “oferecido” a André Mountbatten-Windsor para ter sexo com ele, diz que “esta é apenas a ponta do iceberg” e “muito terá ainda de vir a lume”.