Mike Tyson diz ser ‘um porco’

O controverso ex-pugilista americano Mike Tyson, de 44 anos, considera que continua a ser “um porco” e que a sua vida “foi um desperdício.” Uma auto-avaliação particularmente dura feita ao longo de uma entrevista concedida a uma publicação nos Estados Unidos, na qual o antigo campeão mundial de pesos pesados comentou alguns dos momentos mais marcantes do seu percurso.

“A primeira fase da minha vida foi dominada por um egoísmo total. E só agora percebo que foi um lixo. Se tenho algum grande plano neste momento, é apenas dar. Altruísmo. Presto mais atenção às pessoas que merecem. Porque fui um porco. E sou capaz de me olhar no espelho e dizê-lo: "Sou um porco. Sou um merdas", afirmou Tyson.

Mao Tse Tung e Che Guevara

Vegetariano há oito meses, o ex-atleta referiu-se também ao período em que cumpriu uma pena de prisão de três anos por violação, explicando que, desde então, o seu círculo de amizades mudou radicalmente.

“Ainda sou um porco. É por isso que, para mim, é muito difícil quando as pessoas querem dar-me atenção e amor. Querem abraçar-me, tocar-me e só consigo dizer a mim próprio: “Afasta essas mãos malditas, pois estão sujas.” Não é que essas pessoas sejam necessariamente más, mas sei que fizeram muitas coisas incorrectas no passado”, prosseguiu Mike.

“Quando me puseram naquela pequena cela, pensavam que estavam a punir-me, mas na verdade fui para ali para reflectir sobre a minha vida”, contou Tyson, que se agarrou a Mao Tse Tung e Che Guevara (figuras que tatuou no corpo) como forma de superar a prisão.

Morte da filha de quatro anos

“Depois de ter perdido a minha filha de quatro anos (Exodus, que morreu em Maio de 2009 vítima de um acidente doméstico), quero estar ao serviço das pessoas. Preciso de ter algo que possa oferecer a este mundo”, observou o ex-pugilista.

"Este é o momento na minha vida em que me sinto mais livre. Quer dizer, ainda não estou livre, mas é um sensação muito boa. Não tenho dinheiro e deixei de ser uma pessoa com glamour", rematou.