Nuno Norte: "Eu não toco na rua por dinheiro”

, vencedor da primeira edição de ‘Ídolos’, nega que viva de actuações de rua mas não desmente a estratégia da produção do programa em ‘vender’ histórias de vida tristes. Só lamenta a má relação instalada entre novos talentos e músicos veteranos.

– Voltou a cantar nas ruas por opção ou necessidade?

– Por solidariedade. Estive a tocar na rua numa acção de intervenção social com outros músicos. Não toco na rua por dinheiro, como fizeram parecer. Contudo, não acho que fosse menos do que sou se, por necessidade, fizesse isso para viver.

– Vencer o ‘Idolos’ trouxe-lhe benefícios imediatos, certo?

– O programa abriu-me portas que antes se tinham fechado, nomeadamente de editoras que já me tinham rejeitado. Eu já toco desde os 15 anos, venci o ‘Ídolos’ aos 26, estou com 32 e vivo da música, ou seja, já tenho algum tempo de estrada. E, contudo, mantenho que há um estigma em relação aos novos talentos... 

– Sendo as vantagens óbvias, quais são as desvantagens?

– A má relação entre novos talentos e músicos veteranos. Eu compreendo a posição de quem toca há tantos anos, que tem dificuldade em aceitar miúdos com um palmo de cara e uma voz afinada lançados de repente e do nada. Ter sucesso está mais fácil, mas mantê-lo continua igualmente difícil.

– O ex-jurado Luís Jardim acusa a produção de valorizar a vida pessoal em detrimento do talento...

– É um facto que eu fui ‘vendido’ como o coitadinho que tocava na rua, mas o que prevalece e não pode faltar a um concorrente é ter muita garra e saber agarrar o público... A Diana e o Filipe fazem isso!

– E, dependendo de si, o seu sucessor nesta terceira edição seria...

– A Diana é a mais preparada. Ela tem estrada e bagagem. O Filipe está no ponto certo para ser moldado. Tem garra, mas falta-lhe segurança e tem tempo de a conseguir.