Pianista Maria João Pires exige suspensão das megacentrais fotovoltaicas Sophia e Beira

A artista publicou uma carta aberta no Facebook onde defende que estes projetos colocam em risco zonas de elevado valor ambiental na Beira Baixa.

19 de novembro de 2025 às 18:57
Maria João Pires Foto: D.R.
Maria João Pires Foto: Direitos Reservados
Maria João Pires Foto: Lusa

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A pianista Maria João Pires recorreu às redes sociais para publicar uma carta aberta onde exige a suspensão das centrais solares fotovoltaicas Sophia e Beira, atualmente em fase de licenciamento. Na mensagem, a artista de 81 anos, alerta para o que considera ser um verdadeiro "ecocídio" e um "retrocesso", defendendo que estes projetos colocam em risco zonas de elevado valor ambiental na Beira Baixa.

Segundo a pianista, as centrais avançam sobre "zonas sensíveis e protegidas", como o Parque Natural do Tejo Internacional, a Serra da Gardunha, áreas de RAN, REN, Rede Natura 2000 e o Geopark Naturtejo UNESCO.

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"Escrevo-vos movida por uma inquietação profunda perante o que está a acontecer na Beira Baixa, uma região de beleza rara, silenciosa e ancestral, mas também de enorme fragilidade. Um território de montes vivos, florestas antigas e comunidades que guardam este solo com cuidado e respeito há gerações", afirmou.

A pianista denuncia que os "megaprojetos solares" não se implantam sobre "terrenos vazios", mas sim sobre "ecossistemas vivos e delicados: carvalhais antigos, manchas de sobreiros e azinheiras centenárias, corredores naturais de aves migratórias e zonas de alimentação de espécies protegidas".

Para Maria João Pires, a transição energética é necessária, mas não pode ser feita "à custa da vida, da terra e das comunidades". Uma transição assente na devastação de ecossistemas e na perda de solos férteis, refere, "não é transição, é um retrocesso".

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A artista alerta ainda para o impacto das Linhas de Muito Alta Tensão (LMAT), que poderão estender-se por "milhares de hectares contínuos entre Fundão, Penamacor, Idanha-a-Nova e Castelo Branco".

Como nota final, Maria João Pires enumerou ainda doze perigos que, no seu entender, estes megaprojetos acarretam, entre os quais o "aumento da temperatura local", a "destruição em larga escala de milhares de árvores autóctones, a perda de fertilidade do solo, a mortandade de milhares de aves, o risco de incêndio agravado", o "colapso do turismo rural" e de atividades económicas dependentes da paisagem e impacto grave na saúde pública devido às ondas de calor, assim como "perda da paisagem cultural e espiritual".

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