"Há um animal que se chama ratazana. Não gostava, mas comia": Conheça a história dramática de Leokádia Pombo

Concorrente do 'Big Brother' falou sobre as dificuldades que passou.

08 de abril de 2024 às 11:06
Leokádia Pombo
Leokádia Pombo

1/2

Partilhar

Leokádia Pombo abriu o coração e falou, no 'Big Brother', da TVI, sobre as dificuldades pelas quais já passou. Este sábado, 6 de abril, na sua 'Curva da Vida', a moçambicana, de 35 anos, revelou que durante a infância tinha de comer ratazanas, porque não havia mais comida. 

"Nasci na cidade de Maputo, em Moçambique, e, quando tinha quatro meses, mudei-me para a cidade da Beira, e vivi com o meu padrasto, a minha mãe e os meus irmãos. Por vezes não havia nada quase para comer, foi bem difícil. Chegámos a não ter nada para comer. Há um animal que se chama ratazana, é fácil de arranjar na Beira, não gostava, mas comia", começou por explicar.

Comer ratazanas não foi o pior que lhe aconteceu. Leokádia Pombo recebeu uma proposta para prostituir-se. "Quando tinha 18 ou 19 anos regresso novamente à cidade de Maputo para fazer a faculdade, fui viver em casa de uma prima que recebeu. Era uma casa onde viviam umas oito meninas, muitos homens a entrar e sair, chegaram a aparecer alguns homens interessados a dormir comigo em troca de dinheiro, senti-me um lixo", contou. 

Contudo, o "pesadelo" começou quando conheceu o pai do filho, o pequeno Yanick. "Apaixonei-me e depois de dois anos descubro que estou grávida e ele reagiu muito mal. Percebi que a preocupação dele eram os pais. (…) O Yanick nasceu e senti que ele também estava feliz, até que comecei a achar estranho ele nunca me ter apresentado aos pais. Eu e os meus familiares procurámos a família dele. Chegámos, com o filho ao colo, e o pai respondeu logo: 'Esta criança, filha de uma negra, não é meu neto.’ O pai do meu filho encontrou-nos ali e revoltou-se comigo, a relação ficou muito mal", desabafou.

"Começou a consumir drogas, a beber muito, até que chegou ao momento em que me começou a agredir fisicamente. (...) Até que um dia, a minha grande amiga chegou com um carro e fui com ela. Ele começou a investigar até descobrir onde eu e o Yanick vivíamos. Veio convencer-me novamente que tinha mudado e eu mais uma vez acreditei nisso, voltei a viver com o pai do meu filho. Foi o pior pesadelo: era discussão todos os dias, até que voltou a agredir-me", continuou. 

Por fim, relembrou um episódio vivido no aniversário do filho. "Nesta época, resolvi festejar o aniversário do Yanick e o pai apareceu nessa festa, sujo, num estado que nem eu o reconhecia. Os seguranças não o deixaram entrar, mas mesmo assim (...) saí com o Yannick para fora do restaurante, disse-lhe 'Abraça o teu pai', e ele disse 'Parabéns, meu filho'. Foi a última vez que vi o pai do meu filho. Daí para a frente, eu e o Yannick sempre fomos só nós os dois. Às vezes saía de um trabalho e ia fazer outro trabalho e nunca faltou leite e comida para o Yannick, até que chegou o coronavírus. Fiquei sem trabalho e é muito difícil quando não temos nada para dar ao nosso filho", concluiu Leokádia, lavada em lágrimas.

Pub

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

Partilhar