Prestes a completar 30 anos, a jovem, que abraçou a informação da CMTV ao longo de oito anos, prepara-se para dar o salto para o entretenimento do canal. Fala à ‘Vidas’ sobre a mudança de vida.
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Está quase a entrar no ecrã dos portugueses com o programa ‘Manhã CM’, ao lado de Duarte Siopa, mas muitos só a conhecem do jornalismo na CMTV. Ainda se lembra do primeiro dia como jornalista?
Precisava de um estágio para terminar o meu curso e em Lisboa não consegui. No Porto pensei em ir para uma secção de política de um jornal. O ‘Correio da Manhã’ era perfeito. Fui aceite no estágio e aí foi a primeira a impressão que tive com o jornalismo.
Já havia o bichinho da televisão?
Nunca pensei que fosse possível fazer televisão. No estágio ouvia que a CMTV estava quase a começar e eu fiquei logo muito entusiasmada. Terminei o meu estágio em dezembro de 2012 e fui-me embora. A CMTV abriu em março de 2013. Pouco tempo depois recebi um telefonema da Tânia Laranjo, que, na altura, era responsável da delegação do Norte, que me disse que podiam vir a precisar da minha ajuda. Não fui logo para fazer televisão. Fui fazer trabalho de redação. Fiquei muito feliz.
Mas demorou pouco tempo até conseguir uma oportunidade.
Houve uma vez que um colega ficou indisponível e foi necessário eu sair em reportagem. Senti um nervosismo extremo. Queria muito provar que conseguia estar à frente de uma câmara. Não sentia esse à vontade. Quando cheguei lá tremeram-me as pernas. Depois propuseram-me fazer as intervenções do trânsito de manhã cedo. Adorei. Daí passei para tudo. Se fosse preciso fazer um direto no Mercado do Bolhão para o ‘Manhã CM’, eu fazia. Se houvesse um incêndio no centro do Porto, eu fazia.
Até fez uma Peregrinação a Fátima.
Foi um grande desafio. Foi a direção que me contactou, na altura, para fazer a peregrinação a Fátima no ano em que o Papa Francisco veio a Portugal. Não fiz a peregrinação a pé, mas fui fazendo. Fizemos muitos quilómetros a pé. Adorei. Foi um dos meus momentos mais marcantes do meu percurso. Foi a minha peregrinação. Estava longe de casa, via aquelas pessoas a colocarem-se à prova. Foi uma experiência de vida impressionante.
Emocionou-se em direto. Ainda se lembra desse momento?
À chegada, depois de vários quilómetros a pé, assistir pessoas e levar peregrinos de um lado para o outro, fiquei em lágrimas. Sente-se uma emoção incrível no Santuário de Fátima. Ao sentir que consegui chegar depois de tanta coisa, não me consegui controlar e deitei tudo cá para fora.
Agora salta da informação para o entretenimento para apresentar o ‘Manhã CM’, em Lisboa. Já sente saudades dos colegas do Porto?
Vão deixar-me muitas saudades. Não posso falar de nenhum em específico porque tinha de falar de muita gente. O núcleo duro da redação do Porto, a Ana Isabel Fonseca e o Nelson Rodrigues deram-me tudo. Quando me vim embora custou deixá-los. Estiveram comigo desde o início e devo-lhes muita coisa.
Tem-se emocionado?
Considero-me uma pessoa muito transparente a nível de emoções, mas tenho chorado muitas vezes ao longo dos últimos dias. Estou muito contente por vir para Lisboa e por abraçar esta oportunidade. Trabalhei muito para ela. Sou muito agradecida aos meus diretores pela oportunidade e pelo reconhecimento. Por darem oportunidade à miúda do Porto. Sou grata por estarem atentos ao meu percurso. Fiquei muito surpreendida por saber que estavam atentos ao meu percurso.
Como recebeu o convite para abraçar as novas manhãs da CMTV?
Sempre expressei vontade em abraçar um projeto no entretenimento. Fiz alguns apontamentos em galas especiais. Foram-me desafiando para essas coisas e eu sempre agarrei com muito empenho e trabalho. Tenho oito anos de percurso jornalístico e acredito que nada se consegue sem trabalho. É a chave.
Para abraçar este desafio teve de trocar o Porto por Lisboa. Como está a viver esta mudança?
Mudar de cidade no meio de uma pandemia é muito complicado. Está tudo fechado, não consigo experienciar a cidade, senti-la. Depois, tenho de pôr na minha cabeça de que estou a viver em Lisboa e vou visitar o Porto. E não o contrário. Estou nesse processo.
A adaptação está a ser fácil?
Está ser boa, até porque estou a ser bem recebida. O Duarte Siopa é uma pessoa muito divertida, com quem eu tenho gosto em passar tempo. Isso ajuda imenso. A equipa do programa também está a receber-me muito bem. Estou muito entusiasmada com o trabalho que estamos a desenvolver. Depois saio daqui vou para casa e sinto mais as saudades. As videochamadas ajudam um bocadinho a matar as saudades.
E o coração?
(Risos). Tenho uma pessoa que também está no Porto. Não vem comigo para Lisboa para já, pode ser que venha em breve. Estamos tranquilos com isso. Ele também está na área do jornalismo e sabe bem o que esta mudança representa e deu-me toda a força. Agora é aproveitar e trabalhar muito.
Olhando para trás e vendo o caminho que percorreu, proponho uma viagem pelas memórias. Sempre teve a vertente da comunicação presente?
Sempre gostei muito de falar. O meu pai filmava tudo o que podia, os momentos em família, férias. Tenho muitos vídeos meus a falar para a câmara. Nunca pensei em enveredar pelo jornalismo, mas ao ver esses vídeos vejo que sempre tive essa veia comunicadora. Sempre esteve lá.
E herdou de quem?
Sou uma boa mistura da minha mãe e do meu pai. Ele é uma pessoa mais séria, mas depois de se ficar a conhecer é super divertido. Acho que ganhei isso dele. A minha mãe é capaz de estar numa fila de supermercado e falar com toda a gente, e eu sou assim.
Como era em menina?
Sempre fui muito alegre, muito dada e despachada. A minha mãe sempre me disse que tinha este ar de ‘Maria vai com todas’. É engraçado que vejo vídeos meus quando era pequenina, que o meu pai fazia, e não tinha essa noção. Eu era muito viva. Tenho muito boas memórias da minha infância, sempre muito feliz. Acompanhada pelos meus pais e irmão.
Os pais são a sua fortaleza?
São os meus pilares. Amo-os profundamente. Nunca me falharam com nada. Sempre apoiaram as minhas maiores loucuras, exceto uma. Houve uma altura em que pensei ser maquilhadora. Eu pedi ao meu pai para fazer universidade fora. Eles aí disseram-me: ‘Não queres repensar?’. Só aí é que ficaram de pé atrás. De resto, sempre estiveram em tudo e para tudo.
Tal como o seu irmão Igor.
Temos 12 anos de diferença um do outro. No início foi complicado. Não sou demasiado ‘velha’ para ser mãe, mas também não sou demasiado nova para ser a irmã. Então sempre chocámos um bocadinho. Quando ele tinha 8/9 anos chocávamos mais. Agora, ele tem 17 anos e está enorme. Damo-nos muito bem, mas somos muito diferentes. Ele é muito recatado e tímido. Eu sou mais dada e gosto de falar.
Fale-me das suas raízes. Sempre ligadas ao Porto?
A infância foi sempre no Porto. Sempre estudei por lá. Na altura da universidade cheguei a ser colocada no Porto, mas acabei por vir para Lisboa. Vim atrás da minha melhor amiga, eu sempre tive aquela coisa de querer sair do Porto para conhecer outras coisas.
É muito ligada às origens?
O Porto é a minha casa. Amo a cidade. Sinto-me em casa. Embora tivesse a ambição, na altura dos estudos, de sair, nunca pensei em deixar o Porto definitivamente. Vai ser sempre a minha cidade. Todo o meu percurso foi lá. É onde tenho as memórias mais felizes.
Sempre em família.
Somos uma família muito grande e unida. Os meus avós maternos são grandes exemplos. Tenho muitas tias. Temos muitos hábitos de estar juntos. Ao fim do dia, encontramo-nos todos em casa dos meus avós.
O que é que representam os avós?
Falar sobre eles emociona-me. Herdei muito o sentido de família. O meu avó Joaquim deixa-nos a mensagem de que o mais importante é estarmos unidos. Claro que uma família grande tem sempre questões, mas somos muito unidos. O que mais aprendi com os meus avós foi isso. A família acima de tudo, independentemente de qualquer coisa. O meu avô adora ter a família junto dele. Ele sabe que eu vou sempre perpetuar este ensinamento dele.
Já tem vincado esse lado mais agregador?
Tenho muito poucos amigos. Tinha mais na altura da faculdade, mas depois acabaram por dispersar um bocadinho. Os amigos que tenho, embora não sejam muitos, são muito bons. Faço uma vivência muito grande em família. No Porto, estou diariamente com a minha família e não é só pai e mãe. São todos. Por exemplo, um aniversário só faz sentido com todos.
Que memórias guarda dos tempos da universidade?
Foi uma altura da minha vida muito feliz. Fiz tudo. Estava com muito receio de dispersar, mas consegui terminar o curso. Era uma altura da minha vida em que vivia muito ansiosa com o que me esperava no futuro. Eu queria tirar o curso com boas notas e deixar os meus pais orgulhosos. Sentia essa responsabilidade.
Está prestes a completar 30 anos. Como é que se sente?
Estes últimos dez anos foram de concretização, mas vou conseguir mais coisas. Nunca pensei chegar à área do entretenimento antes dos 30 anos. Nunca tinha verbalizado esse desejo. O facto de estar no Porto, também limitava. Afinal, foi possível. No jornalismo experienciei coisas que nunca pensei. Aprendi imenso e muito sobre o que é a vida, a realidade nua e crua. Cresci muito e amadureci como pessoa. Chego à apresentação e tenho de dar provas e sei que vou dá-las.
Quais são os objetivos pessoais?
Nunca pensei em casar, ter filhos. Nunca tive esses sonhos, mas ninguém quer ficar sozinho e largado no mundo. Quero muito encontrar a minha família.
Em Lisboa?
Quero encontrar em Lisboa a minha base e felicidade, que já encontrei na parte profissional. Quero construir a minha casa . A minha família vai estar sempre comigo e os quase 300 quilómetros não vão ser nada.
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