Ator conta pela primeira vez o pesadelo que viveu durante o internamento.
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Ângelo Rodrigues falou pela primeira vez, na noite deste sábado, do drama que viveu nos dois meses em que esteve internado e em que correu risco de vida, depois de complicações resultantes de uma injeção de testosterona.
Em conversa com Cristina Ferreira, o ator, de 32 anos, começou por explicar os primeiros sintomas que o levaram ao hospital. "Eu comecei a sentir que o meu corpo me estava a falhar. Eu quase nunca fico doente e não sou de ir ao médico, não gosto. Comecei a sentir febre, tinha quebras de força, vómitos, estava com um princípio de anemia, já não estava bem fisicamente. Achei que era uma gripe que não estava a passar, porque já tinha tomado alguns antibióticos", diz, acrescentando que acabou por procurar ajuda médica obrigado.
"Fui de urgência para o hospital e o quadro era péssimo. Mas mandaram-me para casa, com a minha autorização. Sou a prova viva que a vida pode ser um sopro e que de repente já não estamos cá".
Ângelo diz que, a partir daí, as suas memórias são muito limitadas, até acordar do coma.
"Nunca na minha vida imaginava que ia ficar em coma, tanto que quando acordei vi toda a gente triste à minha volta e eu tentava perceber: 'o que aconteceu? porque é que estão com essa cara?'. Disseram-me que estive em coma e eu achei que estava a brincar comigo. Foi muito difícil encaixar isso. Estive quatro dias em coma, há uma semana da minha vida que foi apagada da memória, tive uma amnésia temporária. Ainda estou anestesiado".
Ainda a tentar lidar com a nova realidade, o ator diz que só conseguiu olhar para a perna afetada pela infeção quando saiu do hospital. "Sabia que alguma coisa tinha alguma coisa tinha acontecido com a minha perna, mas não quis ver. Tive dois meses sem conseguir olhar para a perna. Só no último dia em que tirei as ligaduras e vi as marcas que este acidente trouxe ao meu corpo, é que olhei. Fiz a reconstrução da minha vida. Abriram-me grande parte da perna, tenho uma cicatriz enorme".
Durante a entrevista, o ator, de 32 anos, explicou ainda que durante os dois meses em que esteve interado foi operado sete vezes, a maioria das quais enquanto esteve em coma. "A sexta vez foi a primeira vez que eu tive consciência de que estava a ser operado. No total fiz sete operações e estou aqui".
No período em que esteve internado, o ator passou por vários processos, até porque as notícias não eram as mais animadoras. "Eu achava: 'como assim? eu tenho 32 anos e vou ficar por aqui? Tenho muita vida pela frente", refere, adiantando: "Percebi que a coisa era mesmo má e comecei a aceitar. Os médicos disseram à minha família para se prepararem porque provavelmente eu ia passar o Natal lá e a Passagem de Ano, e eu saí em outubro. Estou a ter uma segunda oportunidade".
Ângelo explica que agora está a aprender a viver com a sua imagem. "A minha maior luta tem sido viver em paz com a minha imagem, ter consciência de que o meu corpo nunca vai ser o mesmo. Mas é só uma questão estética".
O ator refere que desde a adolescência que tem problemas de auto-estima e que começou a ir ao ginásio e a cultivar a obsessão pelos músculos para colmatar esse lado. "Quando eu era adolescente era muito magro, tinha uma auto-estima baixa, sofri bullying numa fase da minha vida, aos 13 anos. E isso deixa marcas para o resto da vida".
Ângelo, recorde-se, teve alta há um mês e meio e, desde então, tem estado totalmente dedicado à recuperação com sessões de fisioterapia diárias.
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