Segundo a autópsia, cujos resultados foram divulgados ontem à noite, a morte foi causada por "impactos bruscos na cabeça e compressão do pescoço"
O cenário com que a polícia nova-iorquina se deparou ao entrar no quarto de hotel onde CarlosCastro foi encontrado morto, na noite de sexta-feira, era de violênciaextrema. O cronista de 65 anos estava nu, com os testículosmutilados e tinha vários ferimentoscabeça, sendo declarado morto no local pelos serviços de emergência.
Segundo a autópsia, cujos resultados foram divulgados ontem à noite, a morte foi causada por "impactosbruscos na cabeça e compressão do pescoço" de Carlos Castro. As circunstâncias que envolveram o homicídio do jornalista e colunista do CM num quarto do hotel InterContinental, em Nova Iorque, ainda estão por clarificar, apesar de o suspeito ter sido detido pelas autoridades.
Renato Seabra, de 21 anos, ex-concorrente do programa televisivo ‘À Procura de um Sonho', que partilhava o quarto com o cronista, segundo Guilherme de Melo, amigo de Castro, estavam a "passar uma lua-de-mel", esteve a ser observado no hospital de Bellevue, em Nova Iorque, e as autoridades aguardavam pelo fim dos exames médicos num hospital psiquiátrico para dar início ao interrogatório.
Carlos Castro foi encontrado morto e castrado às 19h07 locais, duas da manhã de sábado em Portugal, pelas autoridades, que responderam ao alerta que dava conta de um homem inconsciente com ferimentos na cabeça. Segundo o diário ‘The New York Post', recolheram como prova um computadorportátilmanchadodesangue que pode ter servido de arma para o homicídio.
Renato Seabra pode enfrentar prisãoperpétua, pena máxima no estado de Nova Iorque em homicídio.
Ontem permaneceram viaturas da polícia de Nova Iorque à porta do hotel, cujos hóspedes contaram a jornais norte-americanos terem ouvido discussões no quarto e no corredor durante a sexta-feira.
Carlos Castro e Renato Seabra chegaram ao Intercontinental a 29 de Dezembro e deveriam ter regressado hoje a Portugal.
LUXO NO CORAÇÃO DE MANHATTAN
O Hotel InterContinental Times Square, local da macabramorte de Carlos Castro, abriu portas há menos de seis meses e os seus 607 quartos têm preços entre 237 e 492 dólares (183 a 380 euros) por noite.
Apesar de não ficar na TimesSquare, centro de Manhattan, que há dias recebeu perto de um milhão de pessoas para celebrar a chegada do Ano Novo, o hotel de luxo encontra-se na esquina da rua 44 com a 8ª Avenida, no Theatre District, onde os principais musicais da Broadway ficam à distância de uma caminhada.
ALERTA FOI DADO POR UMA AMIGA DO CRONISTA
O alerta foi dado por Mónica Pires, amiga de Carlos Castro, que o esperava na recepção do hotel para jantarem, após Renato Seabra ter descido ao lóbi' dizendo: "O Carlos já não sai mais do hotel."
Segundo o jornalista Luís Pires, pai de Mónica, Renato saiu do hotel e tentousuicidar-secortando os pulsos, sendo encontrado pela polícia num hospital. Um voo da Continental terá sido atrasado por suspeitas de fuga de Seabra.
HOMICIDA ARRISCA PERPÉTUA NUMA PRISÃO AMERICANA
Tanto a vítima como o suspeito são portugueses, mas a lei a aplicar é a americana, especificamente a do Estado de Nova Iorque. E a penamáxima para homicídio neste Estado é a prisãoperpétua, explicaram ao CM vários advogados, que consideraram poucoprovável uma extradição para cumprimento da pena em Portugal.
Segundo FernandoSantosPereira "aplica-se o princípio da lex loci, que é a lei do local". Por isso, sublinha, "o julgamento decorrerá no país onde o crime foi cometido".
José Miguel Júdice refere, no entanto, que se o suspeito tivesse regressado a Portugal e sido detido no País, "os nossos tribunais também seriam competentes".
Quanto ao local de cumprimentodapena, RogérioAlves afirma que o mais natural é que ocorra nos EUA, embora haja a possibilidade de cumprir em Portugal, mas isso depende do tempo e de negociações entre os dois países. É que em Portugal o tempo máximo de pena é de 25 anos e, se for condenado a perpétua, teria de esperar por uma redução para depois pedir a extradição. Júdice salienta que jáaconteceu os EUA expulsaremestrangeiroscondenados
Fernando Santos Pereira recorda o caso das portuguesas detidas na Venezuela, por tráfico de droga, que cumpriam o resto do tempo na prisão de Tires, em Portugal.
RELAÇÃO APROVADA PELA MÃE DE RENATO
Depois de, em Junho, RenatoSeabra enviar uma mensagem a CarlosCastro via Facebook a pedir-lhe ajuda para o lançar na moda, os dois conheceram-se pessoalmente em Outubro, no decorrer de mais uma edição do PortugalFashion.
Dizem os amigos do jornalista que foi uma paixãofulminante. Seguiram-se viagens. Num mês e meio o jovem de 21 anos e o jornalista de 65 passaram vários fins-de-semana juntos em Londres, ParisMadrid. Estiveram ainda com viagem marcada para LasVegas, cancelada por causa da neve.
Ao que o CM apurou, a relação era bem aceite por todos, inclusive pela mãe do jovem Renato Seabra. "A mãe do rapaz andava encantada. Ligava ao Carlos e dizia-lhe que ainda bem que ele tinha aparecido na vida do filho", revelou ao CM um amigo do jornalista.
NOTA DA DIRECÇÃO
Carlos Castro foi um colaborador exemplar do CorreiodaManhã. Até ao último dia de vida escreveu para o jornal e sempre cumpriu todos os trabalhos a que se comprometeu. Cronista do mundo cor-de-rosa, Carlos Castro era também uma pessoa atenta à cultura e promoveu nas páginas deste jornal homenagens às mais importantes figuras do espectáculo em Portugal. À família e aos amigos, o CM endereça as mais sentidas condolências.
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