O julgamento que opõe o canal de paço de arcos à ‘patroa’ da TVI terá início em junho. A apresentadora e a empresa amor ponto são rés e arriscam perder mais de 12 milhões de euros.
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Numa altura em que se prepara para ver decidido um processo que se arrasta há mais de dois anos, e no qual arrisca perder muitos milhões de euros, Cristina Ferreira, de 45 anos, está mais sozinha do que nunca. É que, na semana em que foi revelado pelo ‘Correio da Manhã’ que a SIC decidiu reduzir o valor da indemnização exigida à apresentadora por quebra "abrupta" e unilateral de contrato, a TVI demarcou-se publicamente de uma possível ajuda à sua diretora e accionista no pagamento de qualquer valor que seja apurado pelo tribunal, assegurando que nunca foi dito que a estação de Queluz de Baixo vai pagar qualquer montante no âmbito desta guerra judicial.
O caso, recorde-se, remonta a 17 de julho de 2020, dia em que Cristina Ferreira saiu repentinamente da SIC. Em choque, a estação de Francisco Pinto Balsemão exigiu, semanas depois, uma indemnização de mais de 20 milhões de euros (o processo deu entrada em setembro desse mesmo ano). Um valor que se soube agora era apenas provisório. Esta semana, a SIC entregou um requerimento no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste no qual corrige este montante para 12,3 milhões de euros, menos 8 milhões.
Para chegar a este novo valor, o terceiro canal contratou uma consultora externa, a Barkertilly, que ficou responsável por elaborar um relatório pormenorizado com as perdas que a SIC sofreu com a decisão abrupta da comunicadora. O montante apurado tem em conta, além do incumprimento do contrato que estava em vigor até novembro de 2022, os prejuízos calculados por perdas de receitas em IVR (concursos com chamadas de valor acrescentado), em publicidade, em patrocínios e em ações comerciais.
PROCESSO MUITO MEDIÁTICO
A apresentadora da TVI, no início do processo, era representada pela sociedade Telles Advogados. Mais tarde, a mesma chegou a reunir-se com a PMLJ, uma sociedade de advogados que trabalha com a SIC. Contudo, o plano que até então tinha definido não era do seu agrado e decidiu mudar de estratégia. Atualmente, Cristina Ferreira conta com os advogados Luís Barros Figueiredo e Sofia Louro para a sua defesa. O início do julgamento do processo que a SIC interpôs contra a apresentadora está marcado para 21 de junho, no Tribunal de Sintra.
Cristina Ferreira e Francisco Pedro Balsemão, CEO do grupo Imprensa (que possui a SIC) serão ouvidos logo na primeira sessão: ela de manhã e ele de tarde. Para o julgamento estão agendadas mais seis sessões, marcadas para os dias 28 e 30 de junho e depois para os dias 3, 5, 7 e 10 de julho. As testemunhas convocadas pela SIC, entre elas Daniel Oliveira, diretor de programas da estação, serão ouvidas em junho. Já as testemunhas da atual apresentadora de ‘O Triângulo’ serão escutadas em julho. No dia 7 desse mês, ou seja na penúltima sessão, serão consideradas as alegações finais.
Contudo, a comunicadora não é o único réu no âmbito do processo. Com ela está a empresa Amor Ponto - antiga Cristina Ferreira Lda. - que mantém com o pai, António Ferreira, e através da qual foram assinados os contratos com a SIC.
Relembre-se que após dois anos sem cedências, ambas as partes esgotaram todas as hipóteses de chegarem a um acordo. Assim, o caso avançou para julgamento. O processo deu entrada no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, mas mais tarde mudou para o Tribunal de Sintra, uma vez que o magistrado do Juízo Central Cível considerou, a 8 de julho de 2021, que não era "competente territorialmente" para julgar o sucedido.
MUDANÇAS E MUITO DINHEIRO
A ida da atual diretora de Entretenimento e Ficção da TVI para a rival SIC teve um resultado muito positivo para o canal. A 7 de janeiro de 2019 estreou o ‘Programa da Cristina’, um formato transmitido no horário da manhã, que, logo de imediato, se tornou líder de audiências. Não foi preciso muito tempo para que a estação de Paço de Arcos assumisse a liderança, uma coisa que mantêm até hoje, graças também ao sucesso da ficção em horário nobre, nomeadamente a novela ‘Golpe de Sorte’. Na SIC, Cristina apresentou também os Globos de Ouro 2019 e o concurso ‘Prémio de Sonho’. Quando, a 17 de julho de 2020, Cristina saiu da SIC e voltou a trabalhar para a estação do canal de Queluz de Baixo, da qual, lembre-se, é agora também accionista, passou a ganhar 200 mil euros por mês.
Já a SIC viveu uma situação complicada já que, em apenas dois dias, teve de arranjar novos anfitriões para o programa das manhãs. João Baião e Diana Chaves assumiram o controlo da ‘Casa Feliz’, que adoptou o cenário inovador que tinha sido deixado por Cristina. Até hoje.
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