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Filipa Gonçalves: “Consegui uma vagina perfeita”

Depois de anos de luta, Paulo Gonçalves transformou-se em Filipa. Feliz, a manequim relata tudo na sua biografia.

31 de março de 2010 às 20:18

"Se morrer, morro feliz". Era o pensamento constante de Filipa Gonçalves, na altura ainda com a identidade de Paulo, quando se preparava para mudar de sexo, em 1999. É precisamente esta história que a manequim relata na sua biografia - ‘Absolutamente Mulher' - a ser lançada no próximo dia 5 de Abril.

A operação de mudança de sexo não correu bem, mas Filipa não desistiu. Sucederam-se inúmeras intervenções, até que em 2004 o sonho tornou-se realidade. "Em Portugal senti-me cobaia. Na Suíça reconstruíram tudo o que estava errado. Acabaram-se os problemas de saúde e consegui finalmente ter uma vagina perfeita", revela ao CM.

O objectivo do livro é simples: "Mostrar às pessoas que o mais importante é sentirmo-nos bem, que nunca devemos desistir". Foi isso que sempre fez, desde que começou a perceber que algo de errado se passava consigo.

"Desde os três anos que percebi que era diferente dos outros meninos. Só gostava de brincar com bonecas. Quando ia à casa de banho fazia sempre chichi sentada e quando a minha mãe me dava banho a minha brincadeira era tentar esconder a pilinha", recorda. "Hoje sinto que a luta valeu a pena. Sinto-me livre."

INFÂNCIA

A manequim sofreu com os colegas da escola na infância. "Foram muito cruéis comigo. Tornei-me muito reservada e tímida", recorda.

"ESTOU PRONTA PARA AMAR"

Aos 30 anos, Filipa Gonçalves é uma mulher "completamente realizada". Os seus sonhos de infância - ser mulher e modelo, já foram concretizados. "Com maior ou menor dificuldade sempre consegui chegar onde quis", confessa ao CM.

Requisitada para inúmeros trabalhos de moda, Filipa garante que tem "inúmeros cuidados para manter a linha", e continua a fazer sucesso nas passerelles. Em relação ao coração, a manequim também é bastante positiva: "Neste momento não tenho namorado, mas estou pronta para amar".

FRASES

"Nunca pus a hipótese de a operação correr mal. A minha vontade era muito maior que o medo. Estava disposta a ir até às últimas consequências. Consegui."

"Enterrei o Paulo e surgiu a Filipa. Depois seguiu-se uma longa batalha para mudar de identidade. Passados dois ou três anos reconheceram-me como mulher."

"Posso sentir-me abençoada porque os meus pais estiveram sempre ao meu lado e o meu pai era uma pessoa conhecida."

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