Ator tem novo espetáculo na estrada. 'Baião d'Oxigénio' é uma extravagância que até Montenegro elogiou.
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Não se fala de outra coisa: o João Baião perdeu onze quilos!
Verdade. Estava a precisar. Não que me andasse a sentir mal, nada disso. Mas durante uma consulta com a nutricionista, e depois de me pesar, recebi o diagnóstico: 91 quilos, obesidade. Obesidade? Não. Não pode ser. Decidi imediatamente começar a perder peso.
O que fez? Não tomou o famoso medicamento da moda...
Claro que não. A primeira medida foi cortar nos doces, radicalmente. Também nunca fui muito de doces... Mas deixei, totalmente. Depois, fui cortando nas quantidades e fui-me equilibrando. Continuo a ser seguido por um especialista, mas basicamente posso comer de tudo, com conta, peso e medida. Porque o que realmente importa são as calorias.
Obter resultados foi fácil?
Foi. Comecei a sentir-me logo mais leve e a ver os números da balança a recuarem. Isso deu-me ainda mais motivação. A perda de peso não custou nada. Também foi feita ao longo de meses. Muitos meses, mesmo.
Quantas refeições faz por dia?
As normais. Diria que quatro. Algumas vezes faço jejum. Faço o programa da manhã [‘Casa Feliz’, na SIC] sem ter tomado o pequeno almoço e só como a meio da manhã. E tenho aqueles cuidados: não misturo batatas com arroz... Esse tipo de coisa. Como muito peixe. Mas decidi que ia cortar mesmo os doces porque o açúcar inflama-nos o organismo.
Perdeu onze quilos sem fazer exercício físico?
Exercício faço muito pouco. De vez em quando nado. Não me dá jeito fazer exercício à tarde. Gosto de fazer de manhã. Mas como tenho o programa, não dá... Terei de me contrariar. No princípio do próximo ano tem mesmo de ser: não gosto de exercício à tarde, mas paciência. Terei de começar a gostar. Sou muito focado. Quando me determino a fazer alguma coisa, faço mesmo.
Há outra coisa de que toda a gente anda a falar: do espetáculo ‘Baião d’Oxigénio’. Esgotou em Lisboa e recebeu elogios de Luís Montenegro. O Primeiro-Ministro chamou-lhe “um artista excecional” e disse que o espetáculo é “inovador e cheio de humor”, que João Baião tem um “talento inesgotável”.
Uma honra. Bom, o espetáculo é uma festa. É a terceira produção das B. Produções, depois dos ‘Monólogos da Vacina’ e do ‘Feliz Aniversário’, e é um orgulho enorme apresentá-lo, resultado do esforço coletivo da minha equipa, que é fantástica. Aqui, se calhar, fomos um bocadinho mais além do que pareciam ser as nossas capacidades. Estamos a falar de uma montagem grande, pesada, muito maior do que as anteriores. Leds, figurinos, bailarinos, cantores, atores... Tudo. É um espetáculo muito dinâmico, de entretenimento puro, que pretende divertir. Estreámos em maio no Olga Cadaval e já fizemos mais de 60 sessões. Está a correr muito bem.
O espetáculo arranca com o João Baião a andar pelo meio do público, a meter-se com os espectadores...
Sim, gosto sempre de fazer isso. Gosto de me misturar com o público e acho que é importante. Quero sentir-me ali, de estar presente, com as pessoas. Curiosamente sinto-me protegido no meio da multidão. Sempre gostei de quebrar as barreiras entre o palco e a plateia. Na televisão é diferente, embora tenha mudado – para mim, para melhor – quando os programas passaram a ter público em estúdio. Gostei logo dessa aproximação. Mas é claro que não é a mesma coisa do que o teatro. Teatro é sempre teatro: as pessoas saem de casa e vêm às salas para nos verem. É mágico. É um ritual que se reveste de um grande simbolismo e sinto obrigação de as reconhecer, de agradecer a presença.
Nunca foi abordado de forma negativa? Nunca ninguém deu uma resposta torta? Nunca ninguém foi agressivo para consigo?
Nunca. E não tenho medo. Parecendo que não, Portugal ainda é um país sereno. Não, as pessoas são tão simpáticas comigo! Recebem-me como se eu fosse da família e isso é o melhor disto tudo. Faz com que todo o trabalho valha mesmo a pena. Sinto-me recompensado.
É o melhor de fazer teatro?
O melhor de fazer teatro é perceber que há jovens que nunca tinham ido ao teatro e vão pela primeira vez para ver os nossos espetáculos. Pessoas de 70 e 80 anos que nunca tinham posto os pés num teatro, ou que já tinham deixado de ir há muito tempo e que regressam. É uma satisfação que tenho dificuldade em explicar.
Este é, também, um espetáculo todo concebido por si. Considera-o, por esse prisma, um risco?
Arriscar a escrever é sempre um susto. Ficamos sempre na dúvida: será que vai funcionar. Mas o público tem reagido tão bem, que neste momento já me sinto tranquilo. O argumento foi escrito em parceria com o João Frizza, é bom que se diga. O mérito a quem o tem. Também é fundamental a coreografia do Marco Mercier e o apoio vocal do António Leal.
Além do espetáculo, que vai andar em digressão até agosto, continua a ter dois programas na SIC – ‘Casa Feliz’ e ‘Domingão’.
Sim. E comecei recentemente a gravar uns episódios especiais de ‘Patrões Fora’, para a SIC, que é um projeto que adoro. Vai ser mais ou menos o mesmo formato, o mesmo elenco, mas com novidades que, penso eu, vão agradar às pessoas.
Como é que consegue ter tantos projetos ao mesmo tempo? Como consegue descansar?
Ah, tenho sempre tempo para mim e para os meus amigos. Para estar com os meus animais, também. Os bichos são uma grande fonte de alegria. Agora há algum tempo que não o faço, mas costumo organizar saídas ao cinema com um grupo de pessoas chegadas. Todas as semanas, ir ao cinema.
Que tipo de filmes gosta de ver, como espectador?
Bom, isto talvez surpreenda as pessoas, mas quando vou cinema gosto de filmes fortes, que me emocionem. Não procuro comédias. Curioso, não é? Eu, que sou uma pessoa tão divertida, quando vou ao cinema gosto de filmes que me deem um murro no estômago, que me façam chorar. Nos últimos tempos também tenho visto muitas séries. Os espanhóis, nesse capítulo, estão fortíssimos. Vi uma fantástica: ‘O Refúgio Atómico’ [Netflix], sobre um grupo de gente com muito muito dinheiro que tem um refúgio de luxo para quando o Planeta se tornar inabitável. Dá muito que pensar. Mas também gosto muito de ler, embora, com a minha falta de tempo, reserve esse hábito para as férias.
Do que gosta de ler?
Tudo. Nas últimas férias li sete livros. Leio romance, ficção, suspense... Quando estou com determinada disposição, leio muita poesia. Sou um leitor ávido e muito eclético. Ah, e é claro: nos tempos livres estou já a pensar no meu próximo espetáculo. Este termina a carreira em julho, depois de correr o País de norte a sul.
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