O ator brasileiro deu uma entrevista emotiva onde falou sobre a condição de Francisco Antony.
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Marcello Antony, ator brasileiro de 60 anos, abriu o coração numa entrevista à revista 'Veja', onde falou pela primeira vez sobre o filho Francisco, de 22 anos, portador do vírus VIH, uma condição ainda envolta em preconceito e desinformação. Francisco foi adotado ainda em bebé.
"Estava numa entrevista e acabei por comentar, muito rapidamente, que adotei um dos meus filhos sabendo que era portador do gene do VIH. Isso foi mal interpretado, como se estivesse a expor o Francisco. Nunca quis abordar o assunto publicamente, apesar de já terem passado mais de 20 anos. Mas achei que, agora, era o momento certo", começou por explicar o ator.
Com emoção, Marcello explicou a razão que o levou a falar agora: "O meu filho tem 22 anos, está crescido e maduro. A minha intenção é quebrar um tabu e incentivar mais pessoas a adotar, independentemente da condição da criança. A maioria procura o 'bebé perfeito', algo que não existe. A mãe biológica do Francisco era seropositiva, e ele nasceu com o vírus, embora nunca tenha desenvolvido a doença. A gravidez foi acompanhada de perto e não houve amamentação, precisamente para o proteger."
O ator abordou a dificuldade de encontrar famílias dispostas a adotar crianças portadoras do VIH: "A ciência evoluiu muito. Hoje é possível verificar as possibilidades de o recém-nascido manter o vírus no organismo. São feitos três testes. Quando o Francisco veio para casa, só tinha feito um. Não sabíamos o que esperar. Nunca falei da força espiritual do nosso encontro, mas senti que era algo muito forte. Do ponto de vista psicanalítico, projetei-me nele: uma criança desamparada à procura de acolhimento, algo que também tenho trabalhado em terapia."
Marcello falou ainda sobre as dificuldades que ele e a ex-mulher, a também atriz Mónica Torres, enfrentaram para ter filhos: "Na altura, estávamos casados e descobrimos que tínhamos incompatibilidade sanguínea para ter filhos. Passámos por cinco gravidezes falhadas, uma delas com três meses. Tentávamos, perdíamos, voltávamos a tentar. Fizemos todos os tratamentos possíveis, mas sem sucesso. Foi então que decidimos adotar. Eu estava a gravar a novela 'Mulheres Apaixonadas', na Globo, quando começámos a visitar orfanatos. Frequentámos o curso da Vara da Infância e Juventude no Rio para dar entrada legal no processo de adoção."
Marcello recordou também o primeiro encontro com Francisco: "Ao fim de seis meses, a Mónica visitou um orfanato e gostou de um rapaz. Disse-me: 'Olha, há um menino lá que devias conhecer’'. Ela contou que ele chorava muito, tinha alguns problemas, mas tinha uns olhos verdes lindíssimos e ninguém o queria porque a mãe era seropositiva. Resolvi ir lá vê-lo (...) E eu só pensava: e se eu não quiser adotá-lo? Mas bastou bater os olhos nele para sentir algo inexplicável, uma ligação imediata. Pensei: 'Onde é que tu estiveste este tempo todo?' Fiquei encantado com aqueles olhos verdes e sabia que não o poderia deixar para trás. Brinquei: 'Onde assino? Posso levá-lo para casa?' E a senhora do orfanato disse: 'Leve-o para passar o fim de semana. Segunda traz de volta'".
Mas Marcello nunca mais o largou. Atualmente, pai e filho vivem em Lisboa. Francisco trabalha como auxiliar de cozinha numa cadeia de alimentação saudável e está prestes a ser promovido a chefe de equipa. "Dos meus cinco filhos, é o único que já vive sozinho. Está com ótima saúde, a ganhar independência. Quer mudar-se para Itália, para estudar gastronomia e tornar-se um grande chef. Vai longe na vida", afirmou, com um orgulho evidente.
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