Modelo que matou Carlos Castro continua a cumprir pena numa das prisões mais perigosas dos EUA e já sabe a data da sessão em que poderá receber liberdade condicional e regressar ao seu País.
1 / 5
Dez anos depois do crime que chocou o País, como está Renato Seabra, o autor da morte do cronista Carlos Castro?
As respostas são poucas. O ex-modelo, de agora 31 anos, continua detido no estabelecimento prisional Clinton Correctional Facility, nos Estados Unidos, a cumprir pena pelo homicídio do antigo jornalista, a 7 de janeiro de 2011, no hotel Intercontinental, em Nova Iorque.
Foi condenado a prisão perpétua e pode nunca mais voltar a ser livre. Renato agrediu violentamente Carlos Castro e acabou por o mutilar com um saca-rolhas.
O cenário do crime continua bem presente na memória daqueles que acompanharam o caso. A jornalista Marta Dhanis, emigrada no outro lado do Atlântico, foi uma das pessoas que seguiram o processo, tendo conseguido um contacto com o jovem, natural de Cantanhede. Trocaram várias cartas entre 2012 e 2013.
Renato revelou-se amargurado e demonstrou sinais de solidão. "Há dias que me sinto tão deprimido que não me apetece fazer nada. Nesta idade em que as pessoas fazem planos para a vida, eu somente posso rezar e pedir a Deus para fazer um milagre e reduzir a minha sentença. Se Deus quiser, vai acontecer algo de bom. Tem de se ter fé", escreveu.
Os dias na prisão não são fáceis. "Vou abaixo, choro, começo a pensar na pena que tenho de fazer, no sofrimento que a minha família tem, nos sonhos que tenho mas que se tornaram tão difíceis de acreditar. Tento manter-me ocupado", explicou no mesmo desabafo escrito à jornalista portuguesa.
Esperança e fé
Em 2036, Renato cumpre 25 anos de pena. Setembro de 2035, a data agendada para a decisão da liberdade condicional, é agora a luz ao fundo do túnel para o jovem e para a família. Tudo está em aberto e dependente de vários fatores, como o bom comportamento de Renato na prisão.
Segundo as palavras do jovem, os dias são de muita introspeção e com atividades várias, desde "ler, trabalhar, ver televisão".
No último ano, Renato ficou impossibilitado de receber visitas, em especial da mãe, Odília Pereirinha, que viaja regularmente aos EUA para ver o filho. A família e os amigos são o pilar do jovem, que tem encontrado na fé a esperança para um futuro incerto.
A mãe regressou a Cantanhede, após uma longa temporada nos Estados Unidos. Ponderou uma mudança definitiva, mas a falta de meios para viver no outro lado do Atlântico fê-la regressar sem o filho à terra natal. Voltou ao trabalho como enfermeira no centro de saúde da cidade.
O pai Joaquim Seabra vive no Sul do País, afastado de polémicas. O contacto com o filho é pouco e aquilo que sabe é através da ex-mulher, com quem fala sobre as questões mais burocráticas do processo judicial.
Recorde-se, o progenitor de Renato Seabra chegou a contrair um empréstimo de 20 mil euros para pagar ao representante do filho nos EUA.
Antes de ser detido pela morte de Carlos Castro, Renato tinha vários sonhos por concretizar, entre eles, o conquistar de um lugar ao sol na moda. Terá sido esta a motivação do jovem para aproximar-se do cronista, que o contactou através do Facebook pouco tempo após a participação no programa ‘À Procura do Sonho’, da SIC.
Conheceram-se em outubro de 2010 e não mais se largaram. No final desse ano, viajaram para os EUA. Festejaram o Réveillon em Times Square. Dez dias depois deu-se o crime que culminou com a morte de Carlos Castro, aos 65 anos.
Renato Seabra foi detido pelas autoridades e condenado a prisão perpétua.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.