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Rui Maria Pêgo contra encerramento de espaços culturais: "Haverá pobreza, fome e pessoas a ficar sem casa"

Comunicador manifestou a sua revolta contra a decisão do Governo de fechar espaços culturais.

15 de janeiro de 2021 às 15:02

Rui Maria Pêgo recorreu às redes sociais, esta quarta-feira, para expressar a sua revolta contra o encerramento dos espaços de Cultura no país. O comunicador manifestou a sua indignação perante as medidas anunciadas pelo primeiro-minitro António Costa sobre o confinamento obrigatório, que entrou em vigor esta sexta-feira. 

O filho de Júlia Pinheiro começou por recordar a peça de teatro da qual fez parte, em plena pandemia: "Durante seis meses, fiz parte de um espetáculo de teatro que levou milhares de pessoas ao teatro, em segurança. Fizemos apresentações, de noite, à tarde, e, até, de manhã. As lotações foram reduzidas, os atores testados, as bolhas das pessoas com quem nos cruzávamos regidas de forma espartana (...)"

"Os protocolos para ir ver espetáculos em 2020 eram apertados. Distância, timings diferentes para sair, desinfeção, e o público, irrepreensível, a seguir normas. Obrigado. Muitos de vocês viram vários: de teatro, de dança, de música, ou de performance. Muitas correntes de ar para pensarmos", continuou.

O radialista não compreende como igrejas continuam abertas e os principais jogos de futebol não são cancelados. "Ninguém discute a dificuldade do momento que atravessamos, ninguém põe em causa a violência que é transversal a todos, mas a cultura não vale menos do que as cerimónias religiosas, ou do que eventos desportivos. Talvez seja mais perigosa, porque nos faz duvidar sobre o que há e o que é, mas é saudável, sempre, porque reflete o tempo. 

No final do desabafo, Rui Maria Pêgo alertou para os problemas futuros que irão surgir como consequência da paragem no mundo do espectáculo."Convém lembrar que apenas um dos candidatos presidenciais – que eu saiba -, se debruçou sobre a cultura, esse eterno enteado enfesado escondido na despensa. Soubemos hoje [quarta-feira, 13 de janeiro] que os espetáculos estão proibidos durante esta fase de confinamento geral. Repito: não houve casos em teatros ou cinemas. Mas haverá casos de pobreza extrema, fome, gente a ficar sem casa, muitas famílias que nem sequer têm caras conhecidas, e que provavelmente não poderão contar com apoios mágicos. Não duvido da exigência do momento, não argumento que a cultura vale mais do que os outros sectores que tantos desempregados vão gerar, mas não significa, certamente, menos. Boa sorte a todos. Dê la por onde der, havemos de dar a volta. #aculturaésegura", rematou.

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