Cientistas querem recrutar mil pessoas em risco de sofrer perturbações de ansiedade.
Investigadores do Porto e de Málaga, em Espanha, desenvolveram um 'site' e uma aplicação para permitir o acesso universal a uma intervenção preventiva e personalizada da ansiedade que possa "minimizar o recurso a serviços de saúde lotados".
O projeto luso-espanhol PrevAns está disponível 'online' e os cientistas envolvidos querem, até março de 2026, recrutar mil pessoas em risco de sofrer perturbações de ansiedade, explicou hoje à Lusa Filipa Salomé, investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da U.Porto (FPCEUP).
O objetivo é avaliar se o recurso a uma intervenção personalizada assente num algoritmo de risco, numa abordagem universal possível pelo recurso a tecnologias, pode ajudar a prevenir a ansiedade, com impacto na saúde pública, explicou.
"Gostávamos que, sendo eficaz como achamos que poderá ser, houvesse algum tipo de parcerias com entidades públicas para a disponibilização da aplicação. Desta forma, as pessoas podem ser assistentes ativas na própria saúde e o impacto preventivo minimizaria o recurso a serviços de saúde que toda a gente sabe que estão absolutamente lotados", explicou Filipa Salomé.
Por outro lado, a intenção é "prevenir a ansiedade antes que tenha impacto na vida do dia-a-dia"
Os investigadores da FPCEUP e da Universidade de Málaga esperam começar a analisar os dados recolhidos em março de 2027 e, em maio desse ano, apresentar as conclusões, acrescentou.
"Consideramos que a melhor forma de combater o elevado número de casos de perturbações de ansiedade é prevenindo-os. Colocamos o foco na prevenção em vez de ser no tratamento, optamos pelo recurso a novas tecnologias para chegar a mais pessoas e por uma intervenção personalizada que assenta num algoritmo de risco previamente validado", descreveu a investigadora.
Assim, para ter acesso à PrevAns, os interessados devem responder a um questionário para avaliar a percentagem de probabilidade de desenvolver perturbações de ansiedade no ano seguinte, seguindo-se uma entrevista clínica por parte de psicólogos.
O algoritmo de risco permitirá identificar as pessoas que se qualificam para participar no estudo e ter acesso às estratégias de prevenção e quais as que ficam no chamado grupo de controlo.
Ao grupo de intervenção é, depois, facultado o acesso a módulos de informação, exercícios ou, em casos mais graves, intervenção cognitivo-comportamental.
"Nós já sabemos que estas estratégias refletidas nos módulos previnem a ansiedade. O que estamos a testar é o uso à tecnologia e o recurso ao algoritmo de risco", observou a investigadora.
Os participantes podem ainda, se quiserem, partilhar a experiência num fórum criado para o efeito.
Quando, durante a avaliação de risco, as pessoas manifestam "sintomas significativos de ansiedade", são encaminhadas pelos profissionais que acompanham o ensaio para serviços de apoio gratuitos ou de baixo custo, de acordo com Filipa Salomé.
A "intervenção digital pioneira" foi desenvolvida por uma equipa multidisciplinar que integra especialistas em medicina familiar, psiquiatria, psicologia, estatística, epidemiologia, informática e design, indica a FPCEUP numa nota de imprensa.
"Apesar do consenso europeu sobre a urgência de apostar na prevenção da saúde mental, Portugal continua a carecer de intervenções digitais baseadas na evidência científica especificamente orientadas para a ansiedade. O PrevANS vem colmatar essa lacuna", observa.
Numa versão testada durante cinco dias, participantes de diferentes faixas etárias e ocupações profissionais avaliaram a experiência com a aplicação.
De acordo com a FPCEUP, estes utilizadores destacaram o "design intuitivo, a linguagem simples" e a utilidade do PrevAns para "regular emoções, repensar padrões de comportamento, aumentar a consciência emocional e reduzir a resistência em procurar apoio psicológico".
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