Moscovo reage com dureza à aprovação de novas sanções pelo senado americano.
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A Rússia ordenou esta sexta-feira que os Estados Unidos retirem centenas de funcionários diplomáticos colocados no país, em retaliação contra um novo pacote de sanções aprovado no senado dos EUA . Moscovo anunciou também a expropriação de duas propriedades diplomáticas americanas na Rússia, avança a agência Reuters.
A decisão foi anunciada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, um dia depois de o Senado dos Estados Unido ter aprovado de forma esmagadora novas sanções contra a Rússia. A aprovação final das medias está agora nas mãos do presidente Donald Trump.
A Rússia ameaçava com a retaliação há várias semanas. A decisão agora tomada mostra que o Krmelin deixou de lado as esperanças iniciais de ter melhores laços com Washington sob a administração Trump, algo que o líder dos EUA, antes de ser eleito, havia dito que queria alcançar.
As relações entre os dois países já tinham atingido o ponto mais baixo no período pós-guerra fria quando as agências de inteligência dos Estados Unidos acusaram a Rússia de se intrometer nas eleições presidenciais dos EUA com o objetivo de aumentar as hipóteses de vitória de Trump, algo que Moscovo continua a negar.
As novas sanções foram, em parte, uma resposta às descobertas das agências de que a Rússia se terá intrometido nas eleições e para punir a anexação da Crimeia, em 2014.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia denuncia o que diz ser um crescente sentimento anti-russo nos Estados Unidos, acusando "círculos bem conhecidos" de procurar um "confronto aberto", avança a Reuters, citando o comunciado do governo.
O presidente Vladimir Putin alertou na quinta-feira que a Rússia deveria retaliar contra o que apelidou de comportamento burguês dos EUA, e Dmitry Peskov, seu porta-voz, disse aos repórteres esta sexta-feira que a votação do Senado foi a última gota.
A isto acrescem as revelações de fontes da Casa Branca de que Trump pode vetar a legislação aprovada no Senado para impor medidas ainda mais pesadas. Mas espera-se que o projecto já aprovado garanta apoio suficiente para anular qualquer veto presidencial.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia anuncia que os Estados Unidos têm até 1 de setembro para reduzir sua equipa diplomática na Rússia para 455 pessoas, o mesmo número de diplomatas e funcionários ao serviço do país que ficaram nos Estados Unidos quando Washington expulsou 35 diplomatas, em dezembro.
Não foi, para já, esclarecido quantos diplomatas dos EUA e outros trabalhadores vão ser obrigados a deixar o país e os seus postos, mas a agência de notícias Interfax citou uma fonte que fala de "centenas" de pessoas afetadas.
Uma fonte diplomática disse à Reuters que serão os Estados Unidos decidir quais os postos a extinguir, sejam eles ocupados por cidadãos americanos ou russos. Um funcionário da Embaixada dos EUA, que se recusou a ser nomeado porque por não ter autorização para falar com os media, disse que a Embaixada dos EUA na Rússia emprega cerca de 1.100 funcionários diplomáticos e de apoio, incluindo cidadãos russos e americanos.
Russos falam de "agressão extrema"
O comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Rússia diz que a aprovação da lei das sansões no Senado americano confirmou "a agressão extrema dos Estados Unidos em assuntos internacionais". "Escondendo-se por trás do seu" excecionalismo ", os Estados Unidos ignoram arrogantemente as posições e os interesses de outros países", lê-se no texto.
"Sob o pretexto absolutamente inventado da interferência russa nos seus assuntos domésticos, os Estados Unidos estão a desenvolver, agressivamente, uma após o outra, cruas ações anti-russas. Tudo em contrário aos princípios do direito internacional".
O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergei Ryabkov, encontrou-se com o embaixador norte-americano John Tefft na sexta-feira para informá-lo sobre as medidas a aplicar.
A embaixada dos EUA disse que o embaixador expressou sua "forte decepção e protesto". A maioria dos funcionários diplomáticos dos EUA, incluindo cerca de 300 cidadãos dos EUA, trabalham na principal embaixada em Moscovo. Outros estão nos consulados de São Petersburgo, Ekaterimburgo e Vladivostok.
O governo russo anuncia a expropriação da ‘dacha’ de Moscovo, um complexo de edifícios de uso recreativo para os diplomatas dos EUA, bem como um armazém diplomático dos EUA em Moscou.
Estas expropriações replicam um dos últimos gestos da administração de Obama, que confiscou dois compostos diplomáticos russos - um em Nova York e outro em Maryland - ao mesmo tempo em que expulsou os diplomatas russos, em dezembro.
Putin disse então que esperaria para ver como Trump tratava o problema antes de responder, e o novo presidente elogiou sua restrição. Os dois homens encontraram-se pela primeira vez na cimeira do G20 na Alemanha, este mês. Os dois lados descreveram o encontro como produtivo, mas as autoridades russas ficaram cada vez mais convencidas de que os opositores políticos de Trump no Congresso não lhe permitirão resolver os diferendos.
"A adoção da nova lei de sanções mostrou claramente que as relações com a Rússia se tornaram refém de uma batalha política doméstica nos Estados Unidos", afirma o Ministério das Relações Exteriores. "A nova lei visa usar ferramentas políticas para criar vantagens competitivas desonestas para os Estados Unidos na economia global. Essa chantagem, destinada a limitar a cooperação entre a Rússia e os sues parceiros, é uma ameaça para muitos países e para os assuntos internacionais."
A União Europeia também já ameaçou retaliar em relação às novas sanções americanas aplicadas à Rússia, indicando que podem ameaçar a instalação de um novo gasoduto para abastecer os países do norte da Europa de gás natural.
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