Daqui a umas semanas, o Outono há-de vir como um sopro para tomar conta de Moledo, que todos os anos agradece a bênção. Nesta altura, a brisa do crepúsculo exige há muito um agasalho e não favorece a leitura nem a erudição do velho Doutor Homem, meu pai, que passava as tardes de sábado, na varanda do casarão de Ponte de Lima, entretido com livros de genealogia do século XIX. Ele não o fazia por ser historiador, mas por ter um certo gosto pela maledicência e porque fazia parte da sua índole imaginar que uma tia de Darque ou uma prima de Santa Cristina de Malta escondiam segredos que os obituários tinham contornado com habilidade: teriam dançado ‘can-can’ em Paris, bebiam licores, piscavam o olho aos cavalheiros, tinham – enfim – uma história.
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As dunas de Moledo são ainda um lugar de passeio.
Começava por visitar timidamente o seu guarda-roupa de Outono.
Não tive de me incomodar com obrigações matrimoniais.
A surdez das velhas gerações é frequentemente subvalorizada.
Com a idade queremos alguns luxos no meio da Natureza.
O essencial era que o género humano era um mistério
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