Rostos marcados pelo tempo, vozes que contam histórias e partilham sabedoria. Os idosos merecem dignidade e qualidade de vida. A intervenção da Gebalis vai muito além da habitação, foca-se nas pessoas e principalmente nos mais vulneráveis, como os idosos.
14 de fevereiro de 2024 às 10:19Estima-se que aproximadamente 25% dos residentes dos bairros municipais de Lisboa tenham mais de 65 anos. Por esse motivo, a Gebalis, empresa que gere 66 bairros da capital, tem como uma das suas principais preocupações o acompanhamento atento da população mais velha. Ao detetar situações precárias, os gabinetes de proximidade da Gebalis atuam recorrendo a várias ferramentas.
"O nosso trabalho passa muito por estarmos próximos da população. Para isso, fazemos visitas domiciliárias regulares, articulamos com parceiros, com vizinhos, com a comunidade, avaliamos as situações e procuramos encaminhar ou dar resposta através dos nossos serviços. Uma das coisas que fazemos tem a ver com a adaptação de habitações e uma das medidas a que as pessoas mais recorrem é a alteração da banheira por base de duche, dando-lhes segurança e qualidade de vida", afirma Ana Rita Paço, do Gabinete Gebalis do bairro Horta Nova.
Nas palavras de Henrique Coutinho, morador no mesmo bairro: "Já posso tomar banho sozinho, entrar e sair do duche, mesmo assim com alguma dificuldade, com 73 anos já custa um bocado. Não me esqueço do apoio que me deram, agradeço muito à Gebalis."
Intervenções simples, mas que fazem toda a diferença na vida dos habitantes destes bairros, nomeadamente os mais idosos.
Esta necessidade de acompanhamento da população sénior levou a Gebalis, em 2020, a juntar-se ao projeto "Radar", promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, com a Câmara Municipal de Lisboa e com outros parceiros. O projeto tem como objetivo georreferenciar as pessoas com mais de 65 anos e conhecer as suas privações e expetativas, de forma a poder intervir mais rapidamente junto das mesmas.
"Na Gebalis, neste bairro, vamos sempre tentando saber como e onde as pessoas estão, e assim vamos atualizando a própria plataforma. Por exemplo, posso estar hoje com um idoso que está ótimo e daqui a uma semana ou um mês a situação piorou e convém novamente fazer um reforcing, tendo em consideração a vulnerabilidade do sénior e fazer um novo plano de intervenção. Todo este processo é articulado com vários parceiros, consoante as necessidades", partilha Nivaldo Silva, do Gabinete da Gebalis do bairro Padre Cruz.
A plataforma digital do programa permite partilhar informação entre os vários parceiros envolvidos, monitorizando situações que têm de ser acompanhadas e apoiadas. Além disso, as visitas constantes destes técnicos são o momento alto do dia de muitos idosos nos bairros municipais de Lisboa, pelo convívio, pela preocupação, por ouvir uma voz amiga e pela possibilidade que isso traz de poderem partilhar as suas vidas.
Ainda no âmbito do projeto "Radar" são promovidas outras atividades com o objetivo de combater o isolamento dos mais idosos, como o café "Radar". Por sua vez, inspirado nesta iniciativa nasceu o programa "Velhos São Os Trapos", que assenta numa metodologia participativa com a realização de sessões informais, em que se pretende que estes seniores conversem, partilhem experiências de vida e até tenham contacto com outras formas de expressão mais artísticas. Sempre com os objetivos de romper com a solidão e criar uma maior aproximação e solidariedade entre vizinhos.
Mas há ainda mais iniciativas criadas pela Gebalis, que contam igualmente com a participação da população idosa, como o projeto "Rock The House", que promove atividades que se dedicam a temáticas como a gestão doméstica e a eficiência energética. E fá-lo de forma lúdica com o jogo "O meu Bairro, a minha Cidade", que tem mensagens simples e muito claras, mesmo para os mais seniores.
Todas as iniciativas têm um impacto muito positivo na vida destas pessoas e na sua dignidade. Porque cuidar dos mais idosos é cuidar da nossa história, dos nossos bairros e da história da própria cidade.