Nem sempre bem jogado, o dérbi foi muito disputado, viril e próprio da rivalidade entre os dois rivais.
E o grande beneficiado com o empate verificado no dérbi de Lisboa, correndo tudo dentro da normalidade, só pode ser o FC Porto, que vencendo em Tondela deixa o bicampeão a cinco pontos de distância e o Benfica a enormes oito. Aceita-se o desfecho? Sendo verdade que os primeiros 45 minutos, mesmo repartidos, foram prometedores, a segunda metade foi de um enfadonho tático que não se esperava. Especialmente da parte dos leões, demasiado expectantes para quem disse querer vencer.
O primeiro tempo foi marcado por dois períodos de alternância. Primeiro o do Sporting, até aos 25 minutos, que lhe rendeu o golo – antecedido de uma grande oportunidade de Suárez, com a marcha da bola para golo a ser travada pela perna direita de Trubin – e uma grande chance por Maxi Araújo, corolário do completo domínio dos acontecimentos, fruto da pressão alta e da intranquilidade, motivada por essa atitude, do Benfica em construir. Depois, foram os encarnados quem mandou, por terem subido a agressividade nos duelos e apertado nas marcações a dois leões que muito espaço de manobra: Hjulmand e Maxi Araújo. De um passe de Rios para Dedic, muito mais rápido do que o uruguaio, que nasceu o golo do Benfica, com Sudakov ao segundo poste, à segunda, após deficiente ataque ao esférico por parte de Catamo a marcar. Não, a equipa da Luz não justificava, então, o empate, mas a partir daí até ao intervalo foi, claramente, a dominadora.
O intervalo só foi bom conselheiro para o Benfica, única equipa que, realmente, tentou mudar o curso do marcador, mas nas botas dos rematadores encarnados só havia pólvora seca. Quatro ou cinco bolas disparadas à baliza leonina morreram nas mãos de Rui Silva e só se deu pela presença sportinguista na parte final do dérbi, depois da expulsão (acertada) de Prestianni. Mas aí, já era tarde. Porque entre empatar ou perder, o Benfica jogou pelo seguro, confirmando o deserto de ideias de quase todo o segundo tempo. Um resultado, pois, mesmo à medida do FC Porto. Que em Tondela não vai querer perder bela chance de alargar distâncias!
E TAMBÉM
“Ainda falta Muito”
“Preparámos o jogo da melhor forma, independentemente do que as pessoas de fora falaram, isso motivou-nos mais. Só falaram que o Sporting ia ser favorito durante a semana inteira”, disse Richard Ríos. “Ainda falta muito campeonato, é continuar a trabalhar para chegar onde queremos”, acrescentou o médio colombiano do Benfica.
Adeptos detidos
Duas pessoas da claque do Sporting foram detidas por resistência às autoridades e coação antes do jogo. O percurso até à Luz decorreu sem mais incidentes.
Inácio resultado justo
“Foi um jogo difícil. Acabou por ser muito dividido, mas o resultado acaba por ser justo”, afirmou Gonçalo Inácio. Nas declarações à BTV, o central do Sporting não se alongou muito sobre as consequências do empate: “Nós queremos sempre jogar para ganhar. Não conseguimos a vitória, mas o foco já é o próximo jogo.”
SUDAKOV COM MAXI RELEVO
Jogo marcado pelo desempenho coletivo das equipas. Portanto, no plano individual, poucas evidências. Mesmo assim, Sudakov nos encarnados e Maxi Araújo nos leões estiveram acima dos demais.
Negativo duas ofertas, dois golos
Não fora o atabalhoamento de Barrenechea no (des)controlo da bola e a má abordagem de Catamo ao cruzamento de Dedic e dificilmente teria havido golos na Luz. Porque mais oportunidades…
Prestianni bem expulso
Pouco mais de 10 minutos foi o tempo de Prestianni em campo… pois foi expulso. E bem expulso! Entrada despropositada do argentino sobre Catamo e depois com o apoio do VAR, Nobre decidiu bem.
“A ganhar, teríamos que ser nós”
“Começámos mal. Não quer dizer que me enraiveceu, mas chateou-me de sobremaneira. Havia regras sobre o que não podíamos fazer e fizemos. E isso penalizou-nos nessa fase inicial”, disse José Mourinho, que enalteceu o que a equipa fez após o 0-1: “Tivemos uma reação emocional, de orgulho, sempre à procura do resultado.”
O técnico do Benfica enalteceu a exibição da equipa: “Na segunda parte, só uma equipa podia ganhar. Não criámos 5 ou 6 ocasiões, mas a ganhar alguém, teríamos que ser nós. Depois, quando estávamos por cima, veio a expulsão do Prestianni. A partir daí tivemos de recuar.”
Mourinho entende que o “Sporting teve muito respeito” pelas águias. “Falar de alguma fragilidade do Sporting é difícil. Tentámos explorar algumas”, disse.
“Em dérbis e clássicos, entrar no jogo e sofrer um golo logo de início é complicado, mas a equipa conseguiu recuperar emocionalmente”, afirmou o técnico, que falou das dificuldades físicas de Dedic e de Barrenechea no final do encontro: “O Manu Silva ainda não tem ritmo, por isso só o coloquei nos instantes finais, quando não tinha alternativa.”
“Não fomos a equipa que queríamos”
“Na segunda parte, não fomos o Sporting que queríamos. Faltou proatividade, fomos perdendo a confiança. Essa incapacidade foi mais por inércia nossa do que por mérito do adversário”, disse esta sexta-feira Rui Borges.
O treinador do Sporting enalteceu os primeiros 25 minutos da sua equipa, em que destacou a “energia” e os “timings de pressão”:“Nessa fase inicial, nem queríamos dar a posse de bola, até porque o Benfica perdeu bolas logo à entrada da sua área. Gostamos de pressionar, mas não podíamos perder a superioridade da defesa, para evitar um ataque ou um passe que causasse perigo para a nossa baliza.”
Para Rui Borges, a equipa foi perdendo energia na segunda parte e isso permitiu ao Benfica galvanizar-se: “O ambiente do estádio fez o adversário crescer.”
O técnico leonino defendeu que o resultado foi justo: “Sinceramente, o empate ajusta-se ao que se passou no campo.”
Quanto ao facto de ter dado a titularidade a Pote, Rui Borges defendeu: “Estava bem antes da lesão e a sua entrada no onze era a opção natural. O Quenda fez dois belíssimos jogos, dá-nos coisas diferentes, mas a aposta também podia recair sobre o Geny.”
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